Agronegócios
20/04/2020 11:31

Suco de laranja: CitrusBR afasta relação entre aumento da exportação e pandemia de Covid-19


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São Paulo, 20/04/2020 - A exportação total de suco de laranja brasileiro (FCOJ) teve uma alta de 18% nos nove primeiros meses da safra 2019/20 (julho a março) em comparação com o mesmo período da safra anterior. Ao todo, foram embarcadas 861.700 toneladas ante 732.048 toneladas de igual período da safra 2018/19. Em faturamento, o aumento é de 6% com um total de US$ 1,445 bilhão ante US$ 1,369 bilhão na safra anterior, conforme dados da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR).

O resultado, entretanto, é proporcional ao volume exportado na safra retrasada, 2017/18, que serve como referência para comparação. A safra 2018/19 fechou com o segundo pior volume exportado desde que o Brasil ultrapassou a barreira de 1 milhão de toneladas exportadas na safra 1991/92. “Quando observamos o volume exportado no período, ele equivale ao desempenho de dois anos atrás, ou seja, da safra 2017/18, que foi um bom ano, mas ainda abaixo dos melhores índices observados entre as safras 2003/04 e 2006/07, entre outras”, explica em comunicado o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.

“Assim, por mais que acreditemos na qualidade nutricional de nosso produto e fiquemos felizes por ele estar sendo lembrado por consumidores de todo mundo num momento tão delicado (por causa da pandemia por coronavírus), é preciso ter cautela na leitura dos números”, informa Netto.

Segundo ele, houve uma corrida grande aos supermercados a partir da segunda semana de março em que aparentemente os consumidores aumentaram a procura por suco de laranja em virtude da concentração de Vitamina e aproveitaram para estocar o produto em casa. “Parte do aumento de compra deve ser atribuída à procura de vitamina C e parte do aumento se deve à estocagem de suco na casa das pessoas”, diz o executivo que comenta não ser possível saber qual o peso de cada uma das razões do aumento neste momento.

Se por um lado estima-se um aumento de 10% de consumo no varejo americano em 2020, com grande concentração em março, por outro, o setor de food service foi devastado. “O setor de food service é muito relevante, principalmente nos Estados Unidos e essa queda anula parte dos ganhos que aconteceram no varejo”, explica. “Vamos acompanhar os dados e relatórios nas próximas semanas com serenidade”, afirma.

Destinos
Para o seu principal destino, a União Europeia, os embarques de suco de laranja totalizaram de julho a março, 597.242 toneladas, 26% acima das 472.449 toneladas exportadas na safra anterior. O faturamento somou US$ 1,011 bilhão, 14% a mais que em 2018/2019, quando foram exportados US$ 886,812 milhões.

Segundo principal destino do suco de laranja brasileiro, os Estados Unidos, no período, importaram 138.800 toneladas, 16% a menos do que observado entre julho e março do ano passado, com 165.015 toneladas. Em faturamento, os embarques para os Estados Unidos somaram US$ 224,7 milhões, redução de 11% no comparativo com a safra passada, quando as receitas foram de US$ 295,5 milhões. “A redução nos embarques ainda é reflexo da alta nos estoques de suco reportados nos Estados Unidos, que estão nos maiores níveis dos últimos cinco anos”, pondera o executivo.

Os embarques de suco de laranja para o Japão também registraram alta entre julho e março de 2020, em relação ao mesmo período do ano anterior. Nesta temporada, já foram exportadas para o país, 48.944 toneladas, 38% a mais que nos oito meses da safra 2018/2019, com 35.345 toneladas. O faturamento cresceu 28%, com US$ 87,07 milhões ante os US$ 68,2 milhões.

A China registrou uma alta de 46% nas importações de suco de laranja brasileiro no período, chegando ao volume de 35.991 toneladas ante 24.601 na safra anterior. Em faturamento o incremento é de 1% nos primeiros oito meses com US$ 50,6 milhões ante US$ 50,2 milhões no período anterior. “Uma das explicações pode ser a desvalorização do suco ao longo desse período em comparação ao período anterior, o mercado chinês é muito suscetível a preço e faz sentido um aumento nessa conjuntura”, conclui Netto.
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