Agronegócios
13/05/2022 09:15

Café/Abics: exportação de solúvel diminui 4,7% de janeiro a abril, para 1,222 milhão de sacas


São Paulo, 13/05/2022 - A exportação brasileira de café solúvel apresentou queda de 4,7% no primeiro quadrimestre de 2022, totalizando o equivalente a 1.221.603 sacas de 60 kg em comparação com 1.282.454 sacas em igual período do ano passado. O levantamento é da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), divulgado hoje.

Conforme relatório da Abics, "o desempenho negativo reflete os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, cujas importações do café solúvel brasileiro, juntas, caíram 66.572 sacas de janeiro ao fim de abril". Em 2021, esses dois países ocuparam, respectivamente, a segunda e a sétima posições no ranking dos principais destinos do produto.

O diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima, explicou na nota que "considerando que nossas exportações totais recuaram 60.851 sacas no quadrimestre, essa baixa na performance até o momento se justifica pela quantidade que deixamos de exportar a essas nações do Leste Europeu desde o início do conflito".

"As duas nações são responsáveis por praticamente 13% do volume remetido pelo Brasil ao exterior, tendo importado, no ano passado, o equivalente a 534 mil sacas de solúvel, o que gerou uma receita cambial de US$ 94,4 milhões", informou Lima.

Ele salienta que o colapso em que se encontra a Ucrânia e as consequências das restrições e sanções impostas à Rússia praticamente já paralisaram as importações desses países, afetando diretamente o produto nacional. "Os russos não adquiriram nada do solúvel do Brasil em abril deste ano e os ucranianos apenas 519 sacas. No mesmo mês de 2021, por exemplo, eles haviam importado 30.759 sacas e 7.667 sacas, respectivamente", comparou.

O diretor da Abics destacou que o setor de café solúvel do Brasil está "apreensivo e preocupado", já que ainda continuam os gargalos logísticos, como escassez de contêineres e navios, e os altos custos da matéria-prima para exportar a todo o mundo.

"A continuidade da guerra poderá gerar grandes prejuízos na cadeia produtiva, afetando produtores e indústrias no Brasil. Considerando o cômputo dos números de Rússia e Ucrânia em nossas exportações de solúvel, conforme o tempo que perdurar o conflito, poderemos pensar em perdas de aproximadamente 500 mil sacas e de menos cerca de US$ 100 milhões em ingresso de divisas neste ano", projetou Lima.

Destinos - No primeiro quadrimestre de 2022, o Brasil exportou café solúvel para 99 países, com os Estados Unidos sendo o principal cliente. Os norte-americanos importaram 234.717 sacas até abril, o que representa 19,2% do total. A Rússia, mesmo com recuo de 29,5% nas compras, ainda se mantém no segundo lugar, adquirindo 83.806 sacas, ou 6,9% do geral.

Na sequência, vêm Argentina, com 82.229 sacas (6,7%); Indonésia, com 72.135 sacas (5,9%); e Japão, com 71.857 sacas (5,9%). Merece destaque, ainda, o desempenho de Mianmar, que, com a importação de 70.312 sacas, elevou em 70,6% suas aquisições do solúvel nacional, saltou para o sexto lugar no ranking e responde por 5,8% do total.

Consumo interno - O consumo de café solúvel no Brasil, de janeiro até abril, avançou 1,2%. Os brasileiros consumiram o equivalente a 284.239 sacas, acima das 279.519 sacas registradas no primeiro quadrimestre do ano passado. "O desempenho vem ao encontro de nossas expectativas e reflete as ações que a Abics desenvolve, como a campanha 'Descubra Café Solúvel', e a ampliação da variedade de produtos, ofertando qualidade e diversidade aos consumidores", concluiu Lima.
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