Agronegócios
08/05/2024 10:02

Fávaro anuncia MP para importar 1 milhão de t de arroz para estoque com chuvas no RS


Por Sofia Aguiar, Isadora Duarte e Caio Spechoto

Brasília, 08/05/2024 - O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, afirmou que o governo federal preparou uma Medida Provisória (MP) para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) importar 1 milhão de toneladas de arroz, em virtude das chuvas no Rio Grande do Sul, principal Estado produtor do cereal. De acordo com o ministro, o arroz importado será pronto para o consumo para evitar impacto ao produtor rural.

Segundo Fávaro, a importação do produto é para evitar especulação. Inicialmente, a ideia do governo é comprar 200 mil toneladas de arroz beneficiado e empacotado. “O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação”, disse Fávaro em coletiva de imprensa, ontem (7), após participar de reunião da Sala de Situação para tratar da tragédia no Rio Grande do Sul. “Não é para concorrer com os produtores.”

“Não estamos fazendo nada excepcional: é trazer, abrir uma medida provisória para comprarmos 1 milhão de toneladas”, disse. “O que queremos fazer é que a Conab cumpra seu papel para dar estabilidade e evitar especulação.”

A medida, contudo, só será possível após a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) enviado na segunda-feira (6) pelo governo federal ao Congresso, que prevê recursos para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul em meio aos estragos ocasionados pelas chuvas. O ministro sinalizou que, havendo estabilidade nos preços do cereal, a importação pode ser suspensa.

Fávaro afirmou que a ideia é evitar uma alta exacerbada no preço do arroz. “Se a gente for rápido na importação, não tem esse estágio. Por isso que já é arroz descascado e empacotado.”

Segundo o ministro, muito provavelmente o primeiro leilão de 200 mil toneladas será competitivo para o próprio Mercosul. “Está mais perto, tem teto de preço, não tem imposto. Então, muito provavelmente, Argentina, Uruguai e Paraguai, talvez alguma coisa da Bolívia”, comentou.

O ministro comentou que mais de 70% da safra de arroz já foi colhida, mas pontuou que haverá perdas nos armazéns que estão alagados. “Além disso, a grande dificuldade é a estrutura logística: tirar do Rio Grande do Sul e levar aos centros consumidores”, disse.

De acordo com ele, os produtores gaúchos têm arroz para suprir abastecimento, mas há dificuldade logística. Fávaro calcula que a expectativa é de que cerca de 1,6 milhão de toneladas de arroz ainda estejam nas lavouras gaúchas.

Financiamentos
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou, ainda, que as linhas para financiamento à agropecuária gaúcha, afetada pelas enchentes, começam a ser estruturadas pelo governo federal. "A reconstrução do agro do Rio Grande do Sul deve requerer linha de crédito. Ainda não sabemos o quanto será necessário para reconstruir o agro gaúcho", disse Fávaro na coletiva de imprensa.

De acordo com Fávaro, o balanço apresentado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul) sobre os impactos na agropecuária gaúcha é "desastroso". O ministro citou animais mortos, equipamentos e máquinas agrícolas submersos na água, postes de energia elétrica tombados, galpões e silos derrubados. "Por onde passou tudo isso foi devastador", afirmou o ministro, acrescentando ainda não ser possível "quantificar" os danos ao agronegócio gaúcho em virtude de algumas regiões permanecerem alagadas.

O ministro relatou danos a lavouras de arroz, à suinocultura, à avicultura e pelo menos 11 frigoríficos paralisados pelas enchentes, ressaltando que o momento será de reconstrução e levantamento de perdas. "Faremos contato diário com o setor. O ministro Paulo Teixeira, do MDA, deve ir quinta-feira ao Rio Grande do Sul. A qualquer momento, também devo ir ao Rio Grande do Sul", afirmou Fávaro.

O ministro observou que emendas parlamentares estão sendo autorizadas e direcionadas para máquinas e equipamentos como retroescavadeiras e motoniveladoras, mas não detalhou os valores. Segundo Fávaro, uma ata recente está sendo homologada e com prioridade de pagamento imediato pela Secretaria de Relações Institucionais (SRI). "A bancada gaúcha havia feito essa indicação e imediatamente com o cadastro das emendas é possível em 15 dias chegar máquinas para transporte, reconstrução de vicinais", pontuou.
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