Agronegócios
19/01/2022 08:14

Insumos: Syngenta aponta dificuldade no abastecimento do Diquat, mas promete atender mercado brasileiro


Por Isadora Duarte

São Paulo, 19/01/2022 - A Syngenta disse que enfrenta "desafios de curto prazo" no abastecimento do mercado com produtos à base do ingrediente ativo Diquat. A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) disse em nota que a falta de dessecante pode trazer prejuízos à safra brasileira de soja 2021/22. O herbicida é utilizado na preparação da lavoura a fim de deixar a área uniforme para a colheita do grão - processo chamado de dessecação. "Esse problema passou a atormentar os produtores desde que a Anvisa baniu o uso e a comercialização do Paraquat em setembro de 2020. A decisão obrigou agricultores a buscar herbicidas similares no mercado, embora apenas o Diquat tenha a mesma função e a mesma qualidade", disse a Aprosoja. Segundo a Syngenta, além do aumento da demanda, o suprimento de energia na China e a falta de contêineres no mercado global explicam a oferta limitada do Diquat.

"Por estar submetido a um processo de mudança com foco em seu compromisso de neutralidade das emissões até 2060, a China passa por restrições no suprimento de energia em regiões específicas, o que impactou fortemente a produção de ingredientes ativos para diversos defensivos, incluindo o Diquat", disse a Syngenta em nota. A empresa destaca o "aumento expressivo" da demanda por Diquat em 2021. "O banimento de alguns produtos no mercado brasileiro fez com que a demanda por Diquat aumentasse significativamente em 2021. Os volumes de Diquat que a Syngenta forneceu ao mercado brasileiro na atual safra são compatíveis com os volumes de anos anteriores, e, embora tenhamos feito o possível para suprir esse crescimento na demanda, os outros fatores mencionados acima também influenciaram negativamente este quadro", afirma no comunicado.

A Syngenta diz que para 2022 está "amplamente" comprometida com o aumento dos volumes de Diquat a serem disponibilizados para o mercado brasileiro. "Para isso, estamos buscando alternativas adicionais de suprimento em todas as fontes possíveis do mundo, incluindo alternativas viáveis na própria China. Vale reforçar que também estamos buscando diálogo constante com as agências reguladoras nacionais para viabilizar a autorização de uso destas novas fontes alternativas em tempo compatível com a urgência do tema."

Na nota, a companhia afirma ser favorável "a um ambiente livre e justo de competição que possibilite que outras empresas registrem e comercializem produtos à base de Diquat no Brasil". "Entretanto, não nos parece ser uma alternativa saudável ao País a permissão para que produtos não avaliados e aprovados pelas autoridades regulatórias brasileiras sejam disponibilizados aos agricultores, colocando sua produção, o meio ambiente, a saúde e as exportações brasileiras em risco", afirmou.
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