Por Marcela Guimarães
São Paulo, 28/08/2020 - A previsão de uma safra de milho recorde em 2020/21, ainda mais alta do que o previsto inicialmente, divulgada ontem pelo Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês), é otimista demais, na avaliação do Commerzbank. Para o banco alemão, os números devem ser ajustados para baixo, já que tempestades recentes prejudicaram lavouras nos Estados Unidos, maior produtor do grão.
Em relatório enviado a clientes nesta sexta-feira, a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, diz que a estimativa feita pelo IGC surpreende diante dos "danos causados pela tempestade em Iowa".
"Um pronunciado ajuste para baixo deve ser anunciado [pelo IGC], especialmente porque 25% da área plantada com milho nos EUA na semana passada estava localizada em áreas que sofrem com a seca, de acordo com o USDA [Departamento de Agricultura dos Estados Unidos]", afirma Kühl.
Com relação aos demais grãos, a analista chama atenção para números previstos para a safra americana de soja, também mais elevados do que o previsto pelo departamento de agricultura americano.
"O IGC elevou sua expectativa para a produção mundial de soja em 8 milhões a 373 milhões de toneladas, principalmente porque a safra dos EUA deve ser consideravelmente maior", explica.
"Seria um aumento de 10% em 2019/20. O IGC prevê, portanto, um valor ligeiramente superior ao do USDA e um pequeno excedente de 5 milhões de toneladas no mercado da soja. No entanto, isso vai compensar apenas cerca de um terço do déficit de 2019/20, e os estoques dos principais exportadores provavelmente cairão ligeiramente", conclui a analista do Commerzbank.
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