Por Tânia Rabello e Julliana Martins
São Paulo, 17/11/2021 - A Assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisangela Pereira Lopes, disse nesta quarta-feira que a desestatização dos portos brasileiros é importante, mas o modelo desse processo precisa ser ajustado para evitar uma alta exorbitante nos custos. Ela participou do primeiro painel do Summit Agronegócio Estadão 2021, que tem como tema "Logística - o 'custo Brasil' começa a pesar menos".
Segundo ela, a iniciativa privada tem o potencial de trazer soluções importantes aos portos, como o aperfeiçoamento dos canais para a recepção de navios maiores e a atualização dos equipamentos, por exemplo. Porém, alguns detalhes precisam ser aprimorados, entre eles o longo prazo de concessão; a estimativa de demanda utilizada nos modelos, que não condiz com a perspectiva real dos próximos anos; e os custos adicionados ao modelo.
"Tudo isso eleva o custo para o usuário; é um modelo que ainda não está ajustado da forma que nós gostaríamos", disse.
Outro investimento importante apontado por Lopes é a manutenção de estradas e rios. "As concessões rodoviárias foram importantes para manter as estradas e reduzir o custo de transportes", disse. Com relação aos rios, ela comentou que ainda não podem ser considerados hidrovias porque nem todos podem ser navegados durante todo o ano. Mas deu como exemplo o caso do Tietê-Paraná, cujo transporte foi paralisado este ano por causa da falta de navegação.
"Hidrovias seriam relevantes para reduzir custo de transporte, mas rios precisam de atenção e manutenção para viabilizar esse transporte", comentou.
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