São Paulo, 08/07/2022 - A safra brasileira de café este ano, em fase de colheita, deve manter uma boa margem de produtividade, atingindo 59,38 milhões de sacas de 60 kg. Desse total, os produtores devem colher 37,18 milhões de sacas de café arábica e 22,20 milhões de sacas de conilon ou robusta. A avaliação é da Culttivo, agfintech especializada em financiamento para produtores de café, e da Caiena AGR, gestora de ativos agropecuários, que anunciaram os resultados do seu Tour de Safra, realizado anualmente.
Conforme explicam as empresas em comunicado, o Tour de Safra constatou que a geada do ano passado provocou impacto de 16% da área total de cultivo nas propriedades visitadas, mas mesmo assim foi verificada "uma boa margem de produtividade".
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu segundo levantamento sobre a safra 2022, apresentado em 19 de maio, projetou a produção em 55,74 milhões de sacas. Desse total, 38,78 milhões de sacas são de arábica e 16,96 milhões de sacas de conilon.
A excursão científica reúne pesquisadores, técnicos e financiadores da cafeicultora com intuito conhecer a realidade de produtores, os desafios dos armazéns e a qualidade do café em propriedades localizadas nas regiões de Alta Mogiana, sul de Minas e Cerrado Mineiro, principais centros de produção cafeeira. Nesta edição, a missão percorreu mais de 2,5 mil km analisando os impactos das mudanças meteorológicas, como geadas, secas e queimadas, no contexto de 28 fazendas de pequeno, médio e grande porte.
Na Alta Mogiana, a seca e a geada, de alguma forma, provocaram impacto em toda a área cultivada, levando agricultores a tomar algum tipo de medida. Segundo o estudo, atualmente as lavouras se encontram em ótimo estado, mas sua produtividade está aquém do esperado. Já no Cerrado Mineiro, região mais afetada pelas mudanças climáticas, a estimativa é que a safra fique 23% menor do que era esperado para este ano. Por fim, no sul de Minas, território que representa cerca de dois quintos da produção de café arábica no País, quase 20% dos cafezais sofreram algum dado ou avaria e como resultado, espera-se que sejam 16% menos produtivos do que em 2021.
O cofundador da Culttivo e da Caiena, Guilherme Costa Lima, disse no comunicado que, "apesar do cenário geral negativo, a recuperação das lavouras, sobretudo após tantas adversidades climáticas como secas, geadas e até incêndios, é admirável e mostra a resiliência do café como cultura e nos traz uma esperança de safras maiores para os próximos anos".
