Política
07/01/2021 21:25

Bolsonaro: Não se pode entrar na 'pilha de alguns' que acham que temos que correr (vacinação)


Por Emilly Behnke, Nicholas Shores e Daniel Galvão

Brasília, 07/01/2021 - O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quinta-feira, 7, que o País não está atrasado em sua campanha de vacinação. Durante live semanal em suas redes sociais, o chefe do Executivo elogiou a atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e disse não poder pressioná-la. O presidente também ressaltou que o governo precisa atuar com "responsabilidade" e, por isso, não pode determinar a vacinação obrigatória para imunizantes de uso experimental.

“A nossa segurança é a Anvisa. Nós temos que ter responsabilidade, não podemos entrar na pilha de alguns que acham que temos que correr. Outros, como um governador de um grande Estado, falou que tem ser obrigatória. É inadmissível entrar nesse assunto, não dá nem para discutir”, declarou em referência indireta ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Para Bolsonaro, é uma "irresponsabilidade" autoridades falarem que quem não tomar a vacina sofrerá sanções. "A Anvisa faz trabalho excepcional, a Anvisa não quer atrapalhar a vida de ninguém, quer proteger vidas”, reforçou. Acompanhando o presidente durante a transmissão, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, destacou que não serão aplicadas vacinas sem autorização emergencial ou registro definitivo da agência.

O chefe da Saúde disse que todos os vacinados no mundo somadas não se comparam nem mesmo a população do Estado do Rio de Janeiro. “É complicado quando a gente é questionado se estamos atrasados. Estamos montando o maior plano de vacinação do mundo que começa nos próximos 45 dias, podendo ser nos próximos 20”, afirmou o ministro.

Nesta quinta-feira, Pazuello anunciou a aquisição de 100 milhões de doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica Sinovac. A expectativa do ministério é iniciar a vacinação em 20 de janeiro, no melhor cenário. A Anvisa deve analisar nos próximos dias o pedido de registro da Coronavac e da vacina produzida de Oxford/AstraZeneca e distribuída pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Sobre as autorizações, Bolsonaro afirmou que não irá pressionar a Anvisa, que é um órgão independente. “Não vou sofrer pressão de ninguém. Não dou bola para qualquer tipo de pressão. Nós temos responsabilidade." Na avaliação do presidente, o governo tem feito a “coisa certa”. Ele afirmou que suas ações não são pautadas por um desejo de se reeleger.

“Não é uma corrida por eleições que temos pela frente. Eleições não interessam para mim, o que me interessa é resolver esse problema agora. Eu prefiro fazer quatro anos de mandato com responsabilidade do que quatro com irresponsabilidade pensando em uma possível reeleição”, declarou.

Riscos

O presidente também destacou que durante o processo de vacinação as pessoas deverão ser orientadas sobre os riscos dos imunizantes. A previsão consta na medida provisória assinada ontem pelo chefe do Executivo relacionada à estratégia de imunização do País.

Eduardo Pazuello afirmou durante a transmissão ao vivo que o risco de vacinar pessoas que já tiveram o novo coronavírus é "muito pequeno ou inexistente". O chefe da pasta da Saúde comentou que casos de reações adversas às vacinas em desenvolvimento está "alto", mas dentro do esperado e que o ministério tem feito o acompanhamento.

Pazuello disse ainda que 75% das vítimas da covid-19 são pessoas acima de 50 anos. Ele recomendou que membros desse grupo mantenham hábitos de vida saudáveis para diminuir os efeitos adversos da doença.
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