Economia & Mercados
08/02/2018 11:26

IBGE/Gonçalves: Queda na energia segurou inflação e permitiu taxa mais baixa p/mês de janeiro


Rio, 08/02/2018 - A inflação de 0,29% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em janeiro foi a mais baixa para o mês devido ao alívio nas contas de luz. A avaliação é do pesquisador Fernando Gonçalves, gerente na Coordenação de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A energia elétrica permite essa queda, foi o que segurou esse índice. Ela contribuiu fortemente para conter o IPCA, além de vestuário também", apontou Gonçalves.

A conta de luz ficou 4,73% mais barata em janeiro, puxada pela substituição da bandeira tarifária vermelha patamar 1 em vigor em dezembro pela bandeira verde em janeiro, dando fim à cobrança do adicional de R$ 0,03 por cada kwh consumido. Apenas o item energia elétrica conteve a inflação do mês em 0,17 ponto porcentual.

Ao mesmo tempo, a alta no preço dos alimentos veio dentro do padrão histórico, afirmou Gonçalves. Nessa época do ano, de oscilações no clima, a oferta de alguns itens costuma ser afetada. Os preços de Alimentação e bebidas subiram 0,74%, pressionados pelos itens consumidos no domicílio, que ficaram 1,12% mais caros, refletindo problemas de oferta.

O destaque foi o tomate, que subiu 45,71%, o equivalente a um impacto de 0,08 ponto porcentual sobre o IPCA.

"Já é problema de oferta. O tomate, como teve produção alta e estraga rápido, [os produtores] botaram tudo à venda em novembro e dezembro, daí o preço estava baixo. Agora que não tem tanto [tomate], aumentou", disse Gonçalves. "O impacto do tomate, de mais 0,08 ponto porcentual, só ficou abaixo [do impacto] da gasolina [de 0,10 p.p.]", ressaltou.

Quanto ao freio no ritmo de aumento da alimentação fora do domicílio, que subiu apenas 0,06% em janeiro, o pesquisador do IBGE diz que possivelmente houve repasse de custos de operação mais baixos, por conta da queda na conta de luz e nos preços dos alimentos em meses anteriores, além de influência de uma possível demanda mais baixa por parte dos consumidores. (Daniela Amorim - daniela.amorim@estadao.com)
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