Frankfurt, 11/01/2018 - O Banco Central Europeu (BCE) poderá mudar suas diretrizes para investidores já a partir do começo do ano para melhor refletir a robusta recuperação econômica da zona do euro, segundo ata da reunião de política monetária de dezembro da instituição, publicada nesta quinta-feira.
Em outubro do ano passado, o BCE anunciou uma extensão de seu gigantesco programa de compras de ativos - conhecido como relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) - por nove meses, até setembro de 2018, mas com redução do volume mensal comprado pela metade, a 30 bilhões de euros.
A decisão, porém, atraiu críticas de alguns dirigentes do BCE, principalmente dos presidentes dos BCs da Alemanha e da Holanda, pela omissão de uma data concreta para o fim do QE. Essa visão parece estar ganhando apoio no comitê de política monetária, que tem 25 integrantes.
No encontro de dezembro, as autoridades do BCE concordaram "amplamente" que a instituição precisaria gradualmente mudar suas diretrizes para investidores sobre o curso futuro de sua política, de acordo com a ata.
"A linguagem relacionada às várias dimensões da postura da política monetária e diretrizes pode ser revista no começo (de 2018), diz a ata.
Em particular, o BCE poderá reduzir a ênfase da importância do QE e sugerir que o programa será retirado de forma gradual antes que a inflação da zona do euro atinja a meta oficial da instituição, que é de taxa ligeiramente inferior a 2%.
A mudança na linguagem deverá ocorrer "gradualmente ao longo do tempo para evitar movimentos injustificados nas condições financeiras", acrescenta o documento.
A ata também revela que um dirigente reclamou, na reunião do mês passado, de que "parece estar surgindo uma lacuna entre condições econômicas favoráveis e uma postura de política que continua numa configuração de crise". Já várias autoridades "lembraram suas reservas em relação a alguns elementos da decisão de política monetária" do encontro de outubro. Fonte: Dow Jones Newswires.
