Mesmo diante de um cenário desafiador tanto interna quanto externamente, a Klabin reportou lucro líquido de R$ 72 milhões no segundo trimestre de 2019, revertendo prejuízo de R$ 955 milhões informado um ano antes e perda de R$ 196 milhões do primeiro trimestre. Em comentários no informe de resultados a companhia destaca que no Brasil a atividade econômica tem mostrado ritmo de recuperação mais lento do que o esperado, enquanto no cenário internacional os preços de algumas commodities, como a celulose, continuaram pressionados.
Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da companhia R$ 957 milhões no segundo trimestre, com acréscimo de 8% ante um ano antes, mas retração de 5% em relação ao apresentado no primeiro trimestre. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, recuou de 40% em março para 37% ao final de junho de 2019. Em junho do 2018, a margem Ebitda estava em 40%.
Com destaque para o maior volume de vendas, flexibilidade em mercados e produtos e um câmbio médio mais alto no comparativo anual, a receita líquida da companhia atingiu R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre, 16% acima do registrado um ano antes, além de 4% superior ao primeiro trimestre.
Entre abril e junho a empresa registrou um resultado financeiro, excluídas as variações cambiais, negativo em R$ 550 milhões, superior ao resultado negativo de R$ 169 milhões de um ano antes e de R$ 431 milhões do primeiro trimestre. A performance é resultado de despesas financeiras de R$ 725 milhões e receitas financeiras de R$ 174 milhões. A piora nessa linha do balanço é reflexo, segundo a Klabin, da variação negativa da marcação a mercado de swaps de juros de R$ 199 milhões, sem efeito caixa, atrelado a financiamentos contratados em reais e que por meio destes swaps, tem efeito similar a um passivo contratado em dólares. As despesas financeiras também foram "impactadas pontualmente neste trimestre por custos de alongamento de dívidas, break funding fee e liquidação antecipada do REFIS que somam R$ 135 milhões", acrescenta a empresa.
Semestre
No acumulado do primeiro semestre, a companhia reduziu o prejuízo de R$ 830 milhões informado um ano antes para R$ 124 milhões, enquanto o Ebitda apontou alta de 19% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. A receita líquida, por sua vez, cresceu 15% na mesma base de comparação, totalizando R$ 5,090 bilhões.
Na visão da companhia, o sentimento continua sendo de cautela nos mercados internacionais de papel e celulose, principalmente em razão dos ainda altos níveis de estoques globais de celulose, além das incertezas econômicas causadas pela guerra comercial entre Estados Unidos e China. "Por outro lado, sem a entrada de expressivas capacidades até meados de 2022, após a regularização dos estoques, o mercado deve apresentar boas condições e que
fundamentam expectativas para a recuperação de preços de celulose", pondera a direção da Klabin.
