Agronegócios
01/06/2021 08:26

MB Associados/Mendonça de Barros: cenário de pressão de alta de commodities agrícolas pode durar 2 anos


Por Leticia Pakulski

São Paulo, 01/06/2021 - O economista e fundador da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros, disse, no webinar "O superciclo de commodities e os desafios da logística no Brasil", promovido pela Fundação FHC, que o cenário de pressão de alta sobre as cotações agrícolas pode durar cerca de dois anos. Embora a produção global tenda a crescer, a demanda no mundo permanecerá aquecida. "Especialmente se não houver um problema climático mais significativo - e até agora não teve muita razão para algo grande tirando a seca no Brasil -, a produção tende a aumentar. E, à medida que o mundo sai da pandemia, a demanda tende a se normalizar. Mas, seguramente por dois anos, a demanda vai ser forte", disse.

Com relação aos metais, a demanda se recuperou tanto com a retomada da construção civil e da infraestrutura quanto com o estímulo de diversos países à "agenda do futuro", de mudanças tecnológicas que permitam alterar a matriz energética, segundo Mendonça de Barros. Do lado da oferta, o investimento em novas minas foi baixo nos últimos anos. "No caso dos metais, de fato há o risco de que essa pressão de preços se mantenha além dos dois anos que eu acho que é o mais razoável para os alimentos."

Quanto ao petróleo, o economista assinalou que a maior disposição em viajar no Hemisfério Norte, com as pessoas com recursos e cansadas de ficar em casa após a pandemia, pode impulsionar a temporada de viagens rodoviárias, especialmente nos EUA. Entretanto, ele destacou que a oferta mundial pode reagir facilmente, com Arábia Saudita, Rússia e Irã com capacidade para aumentar a produção. Há ainda duas limitações do lado da demanda: o prejuízo da covid-19 à recuperação econômica da Índia e os estoques da China formados a preços baixos.

"Temos pelo menos dois anos muito positivos para a agricultura se não houver problema climático em lugar nenhum. Para metais, é um cenário mais forte porque a agenda do futuro coloca uma demanda que vai se manter nos próximos anos, e o petróleo é o mais limitado", disse o economista. "Este ano e o ano que vem muito provavelmente as commodities continuarão bastante pressionadas, com cotações elevadas, no caso do Brasil, beneficiando o segmento de produtores e exportadores", afirmou Mendonça de Barros.

Contato: leticia.pakulski@estadao.com
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