Gabriela Brumatti e Sandy Oliveira
São Paulo, 27/07/2022 - O incremento da produção de soja deverá ser o foco dos Estados Unidos nos próximos anos, segundo afirmou Seth Meyer, economista-chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em painel apresentado no Global Agribusiness Forum (GAF) 2022 - evento realizado por entidades do agronegócio, ontem (26). "Na perspectiva norte-americana temos que pensar no aumento da produtividade de milho e soja. Precisamos melhorar a produção de soja nos EUA para suprir a necessidade de consumo da população no futuro", disse.
Segundo Meyer, a China, um dos principais importadores da soja produzida nos Estados Unidos, voltou a ter um papel importante para o mercado norte-americano como um dos principais destinos da produção do país. Entretanto, o crescimento do país asiático na produção de milho deverá condicionar as relações de dependência. "Temos de levar em consideração como o crescimento da produção de milho na China vai se consolidar", observou.
O milho é a principal matéria-prima para a produção de etanol norte-americano. Para o economista-chefe do USDA, o principal desafio do mercado do biocombustível será crescer com eficiência com o incremento de carros elétricos no mercado. "Temos de aumentar a penetração do biocombustível no mercado e precisamos criar formas alternativas para contribuir para a energia renovável", avaliou Meyer.
Volatilidade - Segundo o economista-chefe do USDA, o período de incerteza, criado principalmente pela guerra entre Rússia e Ucrânia, fez com que cenário de commodities aumentasse em preços. "Há volatilidade de preços e de produção. É difícil plantar e colher com a incerteza", disse. "Estamos vendo uma desaceleração da demanda; existe incerteza do mercado e o preço de insumos afeta a margem de lucro", acrescentou ele.
Neste ambiente, houve queda na margem de lucro dos produtores rurais, embora os consumidores estejam pagando mais por produtos, como a carne, nos Estados Unidos. "Consumidores pagam mais e produtores gastam mais", definiu Meyer. Para garantir segurança alimentar global, Brasil, Estados Unidos e outros países líderes na produção de alimentos devem "maximizar a tecnologia e fazer uso da sustentabilidade para melhorar a produtividade, para sermos países que suprem outros países", na avaliação da autoridade do USDA.
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