Agronegócios
19/09/2018 10:28

CBOT: grãos tendem a abrir sessão no campo positivo nesta quarta-feira


São Paulo, 19/09/2018 - Os contratos futuros de grãos devem começar o pregão operando no terreno positivo nesta quarta-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). O movimento ocorre após um pregão anterior em que futuros de soja e milho acumularam perdas, pressionados pelas tensões comerciais entre os Estados Unidos (EUA) e a China.

A soja deve abrir em alta se recuperando de perdas recentes. Os contratos da oleaginosa fecharam o último pregão em queda, pressionados pela intensificação nos conflitos comerciais entre o governo norte-americano e a China. O país asiático, maior comprador mundial de soja, implementou em julho uma tarifa retaliatória de 25% contra o grão dos EUA e passou a recorrer a outras origens, como o Brasil. Com a escalada das tensões, diminuem as chances de que essa taxa seja removida no curto prazo, o que reduz a demanda pela oleaginosa norte-americana e influencia nas suas cotações.

Do lado dos fundamentos técnicos, o início da colheita nos EUA também pesa sobre os preços da commodity, em meio à perspectiva de safra abundante e dúvidas quanto à demanda pelo cereal. Desde que as tarifas sobre as mercadorias norte-americanas foram implementadas pelo governo chinês, os comerciantes de soja e agricultores perderam o seu maior comprador, disse Dan Basse, presidente da consultoria AgResource Co. "Os compradores chineses não vão voltar para a soja dos EUA tão cedo. Se os agricultores não ganharem dinheiro com a oleaginosa, eles plantarão mais milho no próximo ano, o que pode levar a uma produção volumosa".

O milho também deve abrir em alta, puxado pelos ganhos no trigo. Os cereais são substitutos na ração animal, por isso, frequentemente, suas cotações se movimentam na mesma direção. O mercado continua atento às condições da lavoura e aos relatos de produtividade do cereal à medida que a colheita avança. A valorização do petróleo também contribui para a alta do preço do milho, já que o etanol nos EUA é feito, principalmente, à base de milho. Em contrapartida, os conflitos comerciais exercem pressão para o movimento baixista das cotações. A análise do mercado é que na ausência de demanda por soja, os produtores podem optar pelo plantio do cereal, o que pode levar a excesso na oferta. Para este ano, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) já prevê uma safra de 376,60 milhões de toneladas de milho, o que seria o segundo maior volume já produzido no país.

Na mesma direção, o trigo deve abrir em alta, influenciado pela demanda aquecida e estimativas de quebra na safra global. A perspectiva é de redução na colheita fora dos EUA. Especialistas consideram que o frio seco recente em áreas de cultivo na Austrália pode levar a perdas na safra e, assim, criar possíveis oportunidades exportação aos agricultores norte-americanos. Na região do Mar Negro, o clima também é desfavorável. Segundo a empresa de meteorologia DTN, o clima seco na região pode prejudicar as lavouras de inverno em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Além disso, o mercado aguarda os resultados da licitação para compra de um volume não especificado do cereal pela agência estatal de grãos do Egito, conhecida como Gasc. O edital foi aberto na tarde de segunda-feira (17). Segundo traders, o comprador de grãos africano recebeu pelo menos 18 ofertas, com o cereal russo compreendendo 15 propostas.

No overnight, o vencimento novembro da soja avançou 1,50 cent (0,18%), a US$ 8,1550 por bushel. O milho para dezembro subiu 0,75 cent (0,22%), a US$ 3,44 por bushel, enquanto igual vencimento do trigo ganhou 6,25 cents (1,22%), a US$ 5,1675 por bushel. (Isadora Duarte, isadora.duarte@estadao.com, com informações da Dow Jones Newswires)
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