Agronegócios
19/03/2021 11:29

Café: produção de Minas Gerais este ano pode diminuir 10,3 milhões de sacas, mostra pesquisa


São Paulo, 19/03/2021 - A safra de café 2021 em Minas Gerais, maior produtor nacional, deve apresentar queda de 21,2% para o grão arábica sequeiro e de 13,2% para o café arábica irrigado, por causa de intempéries climáticas. Em termos de volume é esperada uma redução total de cerca de 10,3 milhões de sacas, o que significa que a safra no Estado deve atingir 17,9 milhões de sacas de arábica em 2021. A pesquisa é da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg/Senar/Inaes).

O trabalho avalia que 193 mil hectares de área cultivada com café foram atingidos no Estado e poderá haver uma redução de safra geral de 20,7%, em 2021. Ao considerar o efeito da bienalidade negativa, que em média já proporciona normalmente uma queda aproximada de 20% entre uma safra e outra, a estimativa porcentual de perda para este ano se eleva para 40,7%, diz a Emater-MG em comunicado. A constatação é de que aproximadamente 15 mil cafeicultores tiveram as lavouras prejudicadas pelas intempéries climáticas, especialmente pelo déficit hídrico.

Café secando: lavouras de Minas foram prejudicadas principalmente pelo déficit hídrico
Foto: Divulgação Emater-MG

As informações foram coletadas junto a produtores, cooperativas e entidades representativas do setor. O levantamento obteve respostas em 322 municípios produtores de café e os dados foram consolidados pelo Departamento Técnico da Emater-MG e pela Gerência Técnica e Gerência de ATeG do Sistema Faemg/Senar/Inaes. Os municípios participantes foram agrupados em 4 macrorregiões: Sul de Minas, Chapada de Minas, Matas de Minas e Cerrado Mineiro.

Da amostra, 218 municípios relataram a ocorrência de alguma intempérie climática no período de julho a novembro de 2020, mas em alguns municípios ocorreu mais de um fenômeno climático. “No ano passado, de agosto a outubro, praticamente não choveu nada. A planta busca água no solo para se manter e desenvolver, por isso, a seca foi o que mais afetou os cafezais mineiros”, comenta o coordenador técnico de Cafeicultura da Emater-MG, Julian Carvalho, um dos responsáveis pelo estudo. O déficit hídrico atingiu 55,9% dos municípios e as altas temperaturas médias, 42,5%. Também foi observada a ocorrência de granizo (9,3%) em 30 municípios.

A ocorrência da seca traz expectativa de redução na produção da safra 2021, podendo interferir, também, em safras futuras. A pesquisa mostra que em 73,1% dos municípios que relataram perdas, a frutificação foi comprometida com intensidade de média a alta. A influência negativa na frutificação do cafeeiro poderá comprometer a produção na safra a ser colhida em 2021, em volume e qualidade (redução do tamanho e peso dos grãos), explica a Emater-MG. O estudo aponta, ainda, que em 60,1% dos municípios que relataram perdas, os tratos culturais foram comprometidos com intensidade de média a alta. Os atrasos das atividades nas lavouras fazem com que o sistema produtivo se torne menos eficiente. Como consequência, poderá diminuir a rentabilidade das lavouras, prejudicando a próxima safra e também safras futuras.
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