No meio de uma crise internacional, Brasília de 2025 se tornou a Espanha do século 17 por alguns segundos
14 de agosto de 2025
Por Gabriel de Sousa
No meio de uma crise internacional, Brasília de 2025 se tornou a Espanha do século 17 por alguns segundos. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, foi chamado de Sancho Pança pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que seria Dom Quixote na imaginação de Alban sobre a obra escrita por Manuel de Cervantes, brincou dizendo que Alckmin sofreu bullying e deveria processar o presidente da CNI.
A declaração do chefe da CNI foi feita durante a cerimônia de lançamento do plano Brasil Soberano, de auxílio aos exportadores diante da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, lançada no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 13.
“Queria cumprimentar o nosso presidente Lula, cumprimentar também o nosso querido Sancho Pança, ou o Dom Quixote, como queiram chamar, o nosso querido Alckmin, vice-presidente e ministro”, disse Alban ao iniciar o discurso . “Olha a cara do Alckmin, foi chamado de Sancho Pança, fizeram bullying com você. Você deve processar o cara que fez bullying com você”, respondeu Lula ao ocupar a tribuna.
Na aventura de Miguel de Cervantes, publicada em 1605, Dom Quixote, o personagem principal, é um homem de meia-idade que tenta realizar uma fantasia de se tornar um cavaleiro baseado na busca pela Justiça. Sancho Pança, figura relacionada por Alban ao vice-presidente da República, é escudeiro dele, que possui uma postura mais racional, mas acompanha Quixote como um gesto de fidelidade.
Alckmin não é a única autoridade envolvida com o tarifaço que foi comparado a Sancho Pança. Em outubro do ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, alvo da Lei Magnitsky, ganhou um prêmio com o nome do personagem de Cervantes dado pela revista Justiça & Cidadania.
Segundo a revista, a honraria é entregue para autoridades que demonstram fidelidade aos ideais da defesa da ética, da Justiça e dos direitos à cidadania.
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