Selecione abaixo qual plataforma deseja acessar.

Posturado e calmo

Enquanto Brasília balança, Alexandre Silveira faz seu giro pelo mundo

24 de janeiro de 2025

Por Ludmylla Rocha

Ainda que o Carnaval tenha ficado para o tardio mês de março neste ano, um dos ocupantes das altas cadeiras da Esplanada dos Ministérios poderia facilmente ser visto como o protagonista de um dos hits que tem embalado a festa nos últimos anos.

Em “Posturado e calmo”, o cantor Léo Santana se descreve como alguém que está “observando tudo” calmamente enquanto a festa ferve. A letra poderia ser interpretada com tranquilidade pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que, mesmo diante das intempéries que balançam Brasília nas últimas semanas e de uma reforma ministerial ainda em negociação, tem cumprido agendas internacionais com o aval de Lula, de quem ganhou confiança ao longo de sua gestão.

O ex-senador pelo PSD foi escolhido para representar o governo no Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), em Davos, na Suíça, sendo o único ministro brasileiro nesta edição do evento. Na semana passada, em meio aos percalços envolvendo o Pix e mudanças na comunicação do governo, realizou uma série de encontros bilaterais nos Emirados Árabes e na Arábia Saudita, onde participou também de um fórum mundial de mineração.

Ainda que a percepção de agentes dos setores sobre os quais atua seja a de uma gestão de promessas, Silveira tem construído um bom relacionamento com o mandatário do País, que vai além da proximidade que tem com a primeira-dama Janja.

Um exemplo é a cobrança de Lula para que os ministros viajem mais pelos estados e façam mais entregas em eventos com a participação da sociedade civil, como mostrou o Broadcast nesta semana. Pois bem, basta conferir a agenda pública de Silveira para ver que as idas a Minas Gerais, ainda que não envolvam temas da Pasta que lhe foi designada, são frequentes.

Sobre seu interesse em comandar o Palácio da Liberdade, na capital mineira, o ex-senador também atribui a decisão a Lula. “Sou candidato a coordenador da campanha do Lula do modo que ele achar conveniente. Se ele disser que eu sou candidato a deputado estadual eu sou, a deputado federal eu sou, a vice-governador eu sou, a senador eu sou e a governador eu sou”, disse em dezembro quando uma pesquisa sobre a viabilidade de sua candidatura ao governo de Minas Gerais vazou.

O ministro tem também um discurso conciliador entre o pessoal de energias renováveis e a indústria de óleo e gás, que ajuda o Planalto a lidar com as diferentes pressões, seja de estados que querem se beneficiar dos royalties, seja da pressão internacional e de ambientalistas pela descarbonização.

De qualquer modo, a cartilha do ministro está dando certo e pode servir de exemplo para seus pares. Ninguém sabe de Silveira continua no MME ou assumirá uma nova Pasta, mas é quase certo que na festa de Brasília, ele fica.