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Haja água!

Incêndios crescentes no Brasil respingam sobre imagem do agronegócio

27 de setembro de 2024

Por Isadora Duarte

Você colocaria fogo no seu próprio patrimônio? O questionamento que à primeira vista parece banal traz à tona uma crise de imagem vivida no agronegócio brasileiro. É assim que inicia um vídeo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MT). A campanha feita pela entidade em 2021 voltou a circular nas redes sociais no contexto dos incêndios crescentes ocorridos no País.  

O vídeo mostra uma pessoa incendiando a sua própria loja de roupas e questiona se o telespectador faria isso. “Os produtores também não. Quando o fogo atinge uma propriedade rural, o prejuízo é imediato. Destrói o que foi plantado, colhido e até mesmo maquinários”, refuta o locutor. “A terra é o nosso ganha-pão. Nós preservamos para sobreviver. E você?”.

A estratégia é clara: dissociar os incêndios do agro e cobrar a sociedade quanto a uma responsabilidade coletiva. Desde os casos ocorridos em São Paulo há um mês, sobretudo em áreas agrícolas, representantes do setor produtivo se esforçam para desvincular a imagem do fogo da atividade agropecuária. As tentativas ainda não foram bem-sucedidas. O senso comum e até mesmo os discursos de cientistas e pesquisadores recaem frequentemente em uma eventual vinculação do agronegócio às queimadas.

Há anos, a prática de queimar a palhada nos canaviais ou da queima controlada nas lavouras está cada vez mais em desuso no setor. A cena era comum no interior paulista nas décadas de 1980 e 1990. Hoje, o custo para recuperação de um solo queimado é muito elevado, podendo chegar a US$ 3 mil por hectare. Fora isso, as palhadas e restos da safra anterior contribuem com a adubação do solo. Mas a imagem dos produtores rurais fazendo uso do fogo como prática agropecuária, embora seja por uma parcela pequena, segue no imaginário da sociedade.

A reação do agro é imediata. Parlamentares da bancada ruralista e governadores de Estados com economia intrinsecamente agrícola classificam as queimadas recentes como “desastre ambiental”. Enquanto se busca culpados, a realidade é irrefutável: apenas em agosto, 5 milhões de hectares foram afetados por incêndios no País. Até ontem, o Brasil havia registrado 206.550 focos, praticamente o dobro dos 106.757 focos registrados em igual período de 2023.

O rastro deixado pelos incêndios vai muito além da crise de imagem. O prejuízo financeiro ao setor é estimado em R$ 14,7 bilhões em 2,8 milhões de hectares de áreas rurais, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, ainda sem considerar as perdas de setembro.

As chuvas tão aguardadas para o plantio da safra 2024/25 serão necessárias também para lavar as cinzas das queimadas. Ao País e ao agro, resta enfrentar o desastre, sem cortina de fumaça.

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