Ainda que Brasil não tenha acionado a OMC formalmente, fala de embaixador representa prestígio internacional
24 de julho de 2025
Por Célia Froufe e Flávia Said
O Brasil “usou o gogó” numa reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) esta semana, enquanto não encontra brechas para negociar com os Estados Unidos a tarifa de 50% sobre produtos exportados para o país a partir de agosto. E o embaixador Philip Fox-Drummond Gough foi apontado como o porta-voz de um discurso duro e milimetricamente confeccionado pela cúpula do governo.
Disse o diplomata, sem citar em qualquer momento o presidente dos EUA, Donald Trump:
O discurso tende a produzir pouco efeito prático, mas ajuda a marcar a posição nacional no cenário externo e ante pares. Não é nada desprezível o fato de o Brasil ter conseguido o apoio de dezenas de países ao fazer sua colocação. E o conteúdo já é conhecido dos brasileiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem batendo nessa tecla, principalmente em foros internacionais, desde que voltou a governar o País. O teor também virou pauta no Brics, que vem se colocando como o grupo mais capaz de empreender tamanha articulação nessa área.
Ainda que não tenha acionado a OMC formalmente, já que espera algum êxito nas negociações com os “gringos”, a fala representa um prestígio no cenário internacional, já que provavelmente muitos outros países gostariam de ter se manifestado de forma similar. O País teve condições de ganhar esse protagonismo agora porque, como sempre enfatiza, é o único integrante da ONU que não tem inimigos. Até aqui, pelo menos.
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