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Emplastro Brás Cubas

Guilherme Mello revive Machado de Assis ao fazer avaliação sobre como pessoas interpretam questão fiscal

22 de maio de 2025

Por Célia Froufe e Giordanna Neves

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, reforçou o intuito do governo de cumprir com o arcabouço fiscal e suas metas. Na avaliação dele, o mercado financeiro estava descrente dessa atuação, mas passou a acreditar nos últimos tempos que o Brasil seguirá com seus compromissos, assim como continuará a crescer.

“Muitas vezes, as pessoas interpretam a questão fiscal como ‘emplastro Brás Cubas’: cura todos os males, não tem contraindicações e é uma ideia fixa”, brincou em conversa com alguns jornalistas ao final de uma entrevista coletiva para detalhar as projeções da Secretaria para a inflação e a expansão do PIB, entre outras variáveis.

O Emplastro Brás Cubas é citado no livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, escrito por Machado de Assis, e se refere a uma invenção fictícia do protagonista. Trata-se de um medicamento panaceia que teria como objetivo aliviar a “melancólica humanidade”. O objetivo do personagem era mais o de ser reconhecido e famoso e não o de buscar necessariamente a cura de doenças.

Para Mello, é preciso estar atento à situação, mas dar peso às questões que têm peso. Segundo ele, governos são feitos para criar políticas públicas, principalmente em países necessitados como o Brasil. Ele minimizou o impacto fiscal de alguns estudos que estão sob a análise da equipe econômica e chamou a atenção para pontos muito mais vultosos em termos de recursos, como os gastos tributários.

“Parece que estão todos olhando para uma codorna a sua frente, com medo de ser bicado, quando atrás de nós tem um dinossauro de R$ 700 bilhões”, ilustrou, salientando que o volume de gastos tributários deve ser maior do que o inicialmente estimado pela Receita Federal. Mello considerou que o País tem, portanto, um problema maior, que são os gastos tributários federais — ou seja, os benefícios, isenções e incentivos que reduzem a arrecadação de impostos.

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