A Seleção Brasileira pode dar a Ancelotti o único título que ele ainda não tem
14 de maio de 2025
Por Eliane Sobral
Além de Donald e suas tarifas, não se fala em outra coisa em terras Brasílis que não a chegada de Carlo Ancelotti para comandar a Seleção Brasileira. O “pacote de benefícios” para atrair o mister parece bem razoável. Inclui casa, comida e roupa lavada, além de carro com motorista, plano de saúde e passagens aéreas para a Europa. A remuneração é em torno de R$ 5 milhões mensais, como revelou o Estadão. Uma grana de responsa para um trabalho idem.
Ancelotti é, sem dúvidas, um dos melhores, senão o melhor técnico de futebol do mundo na atualidade. O Real Madrid que o diga! Só no comando do time merengue foram três Champions League, a mais difícil competição de futebol do mundo, e que ele venceu cinco vezes – as outras duas foram com o Milan. Por onde passou, Ancelotti ganhou os campeonatos nacionais: o espanhol, o italiano, o alemão e o francês. Pode-se dar como favas contadas a conquista da sexta estrela na camisa verde e amarela, já na próxima Copa? De jeito nenhum!
Primeiro porque ele chega em cima da hora para treinar o Brasil. O Mundial, disputado nos Estados Unidos, México e Canada, começa em junho do ano que vem – falta pouco mais de um ano. Desde a última Copa, em 2022 no Catar, a Seleção Brasileira não consegui ganhar uma cara, uma base que fosse. Depois de Tite, vieram Ramon Menezes e Fernando Diniz – ambos interino e finalmente Dorival Jr. Cada um com suas crenças futebolísticas e convocações baseadas nestas crenças. Ou seja, a um ano da próxima Copa, não se sabe que cara tem a Seleção. Mas, este talvez, nem seja o maior desafio de Ancelotti.
Entre os bons conhecedores do futebol nacional, a aposta é que o mister terá de lidar com um ambiente bastante conturbado, e isso vai do presidente da CBF, às voltas com a justiça, à interferência de agentes de jogadores e pressão de patrocinadores pela convocação deste ou daquele jogador. Carlo Ancelotti costuma ter o controle do time e o ‘vestiário na mão’, como se diz. É preciso ver se esta autonomia valerá também para a seleção brasileira. Este é o maior desafio do técnico italiano. Se ele tem alguma cláusula dando-lhe liberdade total no contrato milionário, não se sabe. O que se sabe é que, por onde passou, colocou estrelas do futebol global para executar exatamente o que ele queria dentro de campo. Essa é, sem dúvida, a maior habilidade do mister – além é claro de dominar como poucos a arte do jogo.
Para Ancelotti o desafio começa dentro de campo, contra o Equador no dia 6 de junho pelas eliminatórias. Para a torcida brasileira, começa dias antes, quando ele anunciar sua lista de convocados e for possível constatar se ali é ele quem vai mandar mesmo.
No fim das contas, a Seleção Brasileira também pode dar a Carlo Ancelotti o único título que falta em sua carreira: uma Copa do Mundo. E, apesar da “desorganização” do nosso futebol, não há seleção mais capaz de dar isso ao mister.
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