A partida para escolher o próximo presidente do banco central dos EUA já começou. E está acirrada.
21 de agosto de 2025
Por Isabella Pugliese Vellani e Pedro Lima
O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, já está com o apito na boca: a partida para escolher o próximo presidente do banco central dos EUA, o Federal Reserve, já começou. Até agora 11 candidatos se apresentaram para as entrevistas que se iniciam em setembro, mas há apenas um vai conseguir vestir a camisa 10, ocupando o cargo máximo do time do Fed.
Enquanto isso, Jerome Powell segue como capitão, e nesta sexta-feira, fará seu último grande discurso no tradicional Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole antes de conduzir o time até o final de seu mandato, marcado para maio de 2026. É o momento de passar instruções, definir o tom (mantém ou corta os juros) da temporada e mostrar à arquibancada (no caso, ao mercado) quem está pronto para entrar em campo.
Na escalação do time, alguns já são integrantes do BC americano:
Michelle Bowman – A atacante: defensora de cortes de juros, aprovada pelo presidente Donald Trump, que a apelidou de “Miki”.
Christopher Waller – Meio-campo versátil: mudou de posição para defender cortes de juros quando surgiu como candidato, mostrando flexibilidade tática.
Philip Jefferson – Goleiro do antigo técnico: vice-presidente do Fed, indicado pelo ex-presidente democrata Joe Biden, defendeu a manutenção dos juros na reunião mais recente do banco central americano.
Lorie Logan – Presidente do Fed de Dallas está no atual “banco de reserva” do time, já que é membro suplente das votações, mas pode ser chamada para entrar no elenco titular.
Outros candidatos já estiveram no time, mas não vestiram a tão sonhada camisa 10:
Kevin Warsh – Dupla de ataque de Kevin Hassett (os ‘Kevins’, como Trump os apelidou certa vez) e veterano. O ex-diretor do Fed chegou a ser considerado um dos favoritos de Trump.
James Bullard – O ex-presidente do Fed de St.Louis traz 15 anos de experiência para o time.
Larry Lindsey – Ex-diretor do Fed, possui experiência como integrante da instituição independente e também como diretor do Conselho Econômico Nacional dos EUA, sob o governo do republicano George W. Bush
Alguns, do time de base, almejam integrar a seleção titular do Federal Reserve:
Kevin Hassett – Capitão do ataque do time de Trump: aliado fiel e defensor de cortes de juros.
Marc Sumerlin – Jogador de apoio estratégico: amigo de Bessent e parceiro de discussões econômicas há mais de uma década.
Rick Rieder – Diretamente do setor privado, chegou a defender dois cortes de juros pelo Fed neste ano.
David Zervos – Jogador revelação: uma das grandes surpresas da escalação, o estrategista-chefe de mercado da Jefferies, conhece Bessent há um bom tempo e já encontrou Trump algumas vezes.
Há candidatos, ainda, que ficam no banco de reservas, esperando a chance de entrar em campo. Outros, que já tiveram mudanças de postura ou decisões polêmicas, poderiam até levar um cartão amarelo do mercado. Por outro lado, aqueles declararam optar por um corte de juros – e até os que chamaram o VAR e mudaram de posição para defender uma redução (alô, Waller !) -, agradam a Bessent e, por consequência, a Donald Trump. A disputa realmente está acirrada para encabeçar o comando da política monetária americana na próxima temporada. Façam suas apostas!
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