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04/04/2019 19:31

A quarta revolução industrial bate à porta


São Paulo, SP--(DINO - 04 abr, 2019) -
Uma máquina manda um SMS para o celular do “chefe” dizendo que algo pode pifar se a manutenção não for feita em determinado momento. Um software otimiza sozinho a produção de um componente depois de repetir o processo algumas vezes. Outro avisa um robô em tempo real que é preciso acelerar o ritmo, pois mais pedidos acabam de chegar à fábrica. Num canto, funcionários visualizam e aprendem um novo processo com a ajuda da realidade aumentada. Assim pode ser descrito o cenário de uma empresa que adota conceitos da indústria 4.0 ou manufatura avançada.   

Produção em massa, linhas de montagem, eletricidade e tecnologia da informação fizeram parte das três primeiras revoluções industriais. A quarta revolução industrial se caracteriza por um conjunto de tecnologias digitais de automação e troca de dados aplicado ao processo de manufatura.

Internet das Coisas (IoT), big data, inteligência artificial, computação na nuvem e realidade aumentada são algumas dessas tecnologias. Com elas, os processos tendem a ser mais eficientes, autônomos e customizáveis. Informações são retroalimentadas, e decisões são tomadas com mínima ou nenhuma interferência humana. O resultado dessa automação toda se traduz em racionalização de recursos, redução de custos e aumento da produtividade, que, em última análise, conferem mais competitividade à indústria.

“Com a realidade aumentada, por exemplo, a manutenção pode receber instruções de trabalho digitalizadas contendo informações de desempenho em tempo real e do histórico de manutenção”, afirma Rodrigo Marangon, CEO no Brasil da Rockwell Automation, maior empresa do mundo dedicada à automação industrial. “Assim, os técnicos podem diagnosticar e consertar os equipamentos corretamente logo na primeira vez.”

“Os efeitos dessa revolução serão transversais a todas as atividades econômicas, incluindo os serviços e a agropecuária, mas apresentam o potencial de reconfigurar o setor industrial, alavancando expressivamente a produtividade, alterando profundamente modelos de negócios e as competências necessárias para maior agregação de valor ao longo das cadeias”, afirma Pedro Wongtschowski, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), num relatório sobre a indústria do futuro no Brasil e no mundo divulgado pelo instituto em março.

 

O caminho do Brasil

Estados Unidos e China são alguns dos países que lideram essas transformações no mundo industrial. E o Brasil? Qual a situação do nosso país diante do cenário mundial? “Nos países que têm pretensão à fronteira inovativa global, a manufatura avançada é um objetivo-meio: eles precisam da manufatura avançada como uma forma de manter ou retomar a liderança tecnológica global e econômica e impor sua hegemonia. No caso, porém, de países emergentes, a manufatura avançada é um fim, ela precisa ser adotada, é uma forma de modernização inevitável”, diz o diretor do Instituto de Economia da UFRJ, David Kupfer, no relatório do IEDI.  

A realidade, no entanto, ainda está distante de ser promissora. A participação da indústria na estrutura econômica do País vem caindo desde a década de 1980. O Brasil ocupa a 69ª colocação no Índice Global de Inovação, e no Índice Global de Competitividade da Manufatura caiu da 5ª posição em 2010 para a 29ª em 2016. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que apenas 2% das empresas do setor adotam as tecnologias da indústria 4.0. As áreas de maior penetração são as de petróleo, mineração e celulose, além da automobilística, do etanol, açúcar e biodiesel.

De acordo com a ABDI, com a incorporação do conceito 4.0 pela indústria nacional, a diminuição de custos no setor seria de pelo menos R$ 73 bilhões por ano. Isso dividido entre ganhos de eficiência, redução de gastos com manutenção de maquinário e economia de energia.

 

Divulgando a indústria 4.0

Como, então, aumentar o engajamento das empresas na busca pelos benefícios da modernização? Uma ação importante é justamente divulgar o tema nas empresas do setor, haja vista que uma pesquisa, feita com 227 companhias e divulgada ano passado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), constatou que 32% nunca tinham ouvido falar em indústria 4.0.

Assim, eventos como o seminário “Jornada para a indústria 4.0”, promovido pela Rockwell Automation no próximo dia 10 de abril no Expo Center Norte, são louváveis. A ideia é discutir como a manufatura avançada pode melhorar a produtividade e aprimorar os recursos da indústria nos setores automotivo, farmacêutico, de bens de consumo e alimentos e bebidas. Será também uma oportunidade para executivos se atualizarem e fazerem networking. “Vamos apresentar o FactoryTalkInnovationSuite”, diz John Genovesi, vice-presidente sênior de Enterprise Accounts& Software da Rockwell Automation. “O software oferece visibilidade completa das operações e do status dos sistemas a partir de uma única fonte de informações dentro da organização.”   

Para viabilizar a transformação, as empresas precisam fazer um planejamento adequado dos processos industriais. “O planejamento deve avaliar o modelo de produção da empresa, verificar o que há de mais avançado em automação para cada processo, calcular qual é a infraestrutura necessária para implementação, calcular os investimentos necessários e partir para a ação”, diz Aldo César, CEO da Rits tecnologia, em artigo escrito para o site Transformação Digital.

O caminho a trilhar é longo, mas o investimento no modelo 4.0 é uma questão de sobrevivência para nosso parque industrial. 



Website: https://www.rockwellautomation.com/pt_BR/overview.page

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