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02/03/2018 18:03

Jogos de inverno têm tudo para crescer em países com altas temperaturas, como o nosso


São Paulo, SP--(DINO - 02 mar, 2018) - O Brasil chegou em PyeongChang para os Jogos Olímpicos de Inverno deste ano representado no esqui alpino, cross-country, patinação artística, snowboard e bobsled (descida de trenó em alta velocidade, para dois e quatro lugares).Com uma delegação composta por 10 atletas - a terceira maior das Américas, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá - mostrou que é possível se dedicar aos esportes no gelo mesmo em regiões quentes. Embora não tenha conquistado nenhuma medalha na sua oitava participação, o que já era esperado, o desempenho ganhou evolução. A equipe de bobsled 4-man, por exemplo, conseguiu a melhor colocação da história do país na modalidade. Também foi nessa edição dos jogos que tivemos, pela primeira vez, com uma brasileira disputando a final na patinação artística. O trabalho árduo de longo prazo projeta crescimento para os próximos ciclos na neve e, quem sabe, o aumento da popularidade por esses esportes praticados em temperaturas abaixo de zero. Uma das maneiras de se conseguir isso é com adequação e criatividade, para driblar alguns obstáculos, inclusive o de condições climáticas desfavoráveis.AdaptaçãoApesar de não terem grande estrutura para treinar no Brasil e, muitas vezes, diante da impossibilidade dos atletas invernais se manterem no exterior, a doutora Karina Hatano, médica do exercício do esporte, é otimista quanto à adaptação de treinos. "Equipamentos que simulam condições de neve tornam-se imprescindíveis, como o rollerski". Conhecido como esqui de rodinhas, surgiu na Europa, na década de 50, como uma ferramenta para os atletas de esqui cross-country treinarem durante o verão. Ainda que a passos lentos, as inovações vão surgindo paulatinamente. Em São Paulo, no ano passado, foi finalizada a construção da primeira pista de Push do Brasil para treinar bobsled com a expectativas de, no futuro, alcançar voos maiores no cenário internacional. A regularidade também é fundamental para obtenção de melhores marcas. "Os atletas precisam treinar a parte física para chegarem até as competições fortalecidos, com intensos trabalhos, inclusive aeróbios, no sentido de desenvolver reflexo, melhorar o condicionamento e a força, potencializar a flexibilidade e evitar as entorses", resume Karina.Para a médica pensar em pódio para a próxima Olimpíada ainda é prematuro, porém vê que o Brasil tem chance sim de conquistar a medalha inédita nos Jogos Olímpicos de Inverno que estão por vir, desde que tomadas algumas medidas. "Investimentos e maior divulgação dos esportes são condições indispensáveis para darmos uma alavancada nos resultados", enfatiza a doutora. Sobre a Dra. Karina HatanoKarina Hatano é médica do exercício e do esporte, mestre em Medicina Esportiva pela Universidade Federal de São Paulo, onde também realizou a Residência Médica em Medicina do Esporte, além de acumular especialização em fisiologia do exercício e nutrologia. Preceptora da Medicina Esportiva da Universidade Federal de São Paulo e professora da Liga de medicina esportiva da UNIFESP, também é responsável pela saúde de atletas de alta performance de diversas modalidades esportivas, como da seleção brasileira de natação e das confederações brasileiras de beisebol e softbol.

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