São Paulo, SP--(
DINO - 21 fev, 2018) - SÃO PAULO - Depois de mais de 60 anos de atividades, o lixão da Estrutural, em Brasília, foi finalmente fechado no dia 20 de janeiro deste ano. "Viramos essa página vergonhosa da história da nossa cidade",
disse o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg , em cerimônia que marcou o encerramento das operações do segundo maior depósito de lixo a céu aberto do mundo. Com 201 hectares, a área está próxima ao Parque Nacional de Brasília e a cerca de 15 quilômetros da Esplanada dos Ministérios. A partir de agora, o lugar passa a ser o destino final apenas de resíduos da construção civil.
***Legado***
Mas o legado de poluição deixado pelas mais de 40 milhões de toneladas de lixo acumuladas no local não se resolverá de um dia para o outro. "A remediação do impacto ambiental pode levar de 30 a 50 anos. Serão necessárias várias etapas de contenção de vazamentos, emissões e tratamento da área, é como um quebra-cabeça de custo elevado",
disse à EXAME.com Gabriela Otero , coordenadora do departamento técnico da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
***O lixão e a água***
Uma das grandes preocupações de quem acompanha os impactos ambientais gerados pelos resíduos que permanecerão no lixão da Estrutural é a água da região. Segundo levantamento do Correio Braziliense, o depósito está instalado entre duas bacias que deságuam no Lago Paranoá: o córrego do Acampamento, no Lago Norte, e a Cabeceira do Valo, no Lago Sul. "Há estudos mostrando que a contaminação subterrânea se iniciou há algum tempo, de forma incipiente", disse Sérgio Koide, engenheiro civil e doutor em recursos hídricos, ao
Correio Braziliense .
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Descarte inadequado de lixo pode custar R$ 4,65 bilhões ao País até 2021 Até 60% das cidades brasileiras não descartam lixo adequadamente Esfera comestível de água pode substituir garrafas plásticas e reduzir poluição Não ajuda que o Parque Nacional de Brasília, vizinho do lixão, abriga o sistema Santa Maria/Torto, o segundo maior reservatório do Distrito Federal e responsável pelo abastecimento de 25% da população da capital, também de acordo com o
Correio Braziliense . A Caesb (Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal), que monitora os recursos hídricos que servem à cidade, nega que haja qualquer contaminação do lençol freático na região.
Com o fechamento do lixão da Estrutural, interrompe-se o lançamento de mais lixo na região, mas os riscos criados pelas 40 milhões de toneladas de lixo que ali estão há 60 anos permanece - em especial para a água. O monitoramento intensivo do local pelas próximas décadas será fundamental para garantir a segurança ambiental.
***Política Nacional de Resíduos Sólidos***
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída em 2010, o País deveria acabar com os lixões até 2014. O prazo foi adiado e, hoje, a data limite é julho de 2018 para capitais e municípios em regiões metropolitanas e 2021 para cidades menores. Não se sabe se os novos prazos serão cumpridos.
Website:
https://www.juntospelaagua.com.br/2018/02/07/maior-lixao-do-pais-e-fechado-o-que-isso-significa-para-a-agua-na-regiao/