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07/02/2022 08:58

Higiene bucal correta não é feita por 89% dos brasileiros


Aracaju/SE--(DINO - 07 fev, 2022) -
Escovar os dentes após as refeições é uma atividade essencial para a higiene da boca. Uma atitude importante dentre as práticas de saúde bucal, mas que não vem sendo levada em conta por boa parte da população brasileira. É o que consta na última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019 e divulgada em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE): apenas 53% da população brasileira utiliza o fio dental, escova e creme dental; e 89% realiza higienização menos de duas vezes ao dia. 


Um levantamento mais atualizado e detalhado sobre as condições da saúde bucal brasileira está sendo realizado pelo Ministério da Saúde: é o SB Brasil, realizado a cada dez anos. A pesquisa de campo, que estava prevista para ocorrer em 2020, foi adiada para o final do ano passado, em razão da pandemia, e tem sua conclusão prevista para março deste ano. Ao todo, mais de 50 mil pessoas estão sendo entrevistadas e examinadas em 422 municípios de todo o país. 


O objetivo, de acordo com o Ministério, é apontar a necessidade de tratamentos dentários, urgência de tratamento e próteses dentárias, bem como adoção de outras políticas públicas de prevenção e educação sobre saúde bucal. E são justamente estas políticas de prevenção que vêm sendo defendidas pelos profissionais e especialistas da área de saúde para um combate mais efetivo ao problema, que vai além do mau hálito e das cáries. 


A professora Cristiane Costa da Cunha Oliveira, do curso de Odontologia da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), chama a atenção para uma maior e melhor promoção da saúde bucal no Brasil. “Ela parte do princípio da integralidade, considerando que deve haver políticas públicas que facilitem as escolhas saudáveis com o olhar ampliado, segundo os determinantes de saúde”, frisa.


Doenças


O cuidado com a boca reflete diretamente na saúde geral porque o organismo, devido à ausência ou ao pouco cuidado com a higiene da boca, pode sofrer com problemas que, além de incômodos e dolorosos, podem atrapalhar a qualidade de vida. 


“O organismo pode ser afetado pela presença de bactérias na cárie e doença periodontal (das gengivas), o que está relacionado a um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Já a perda dentária resultante das doenças bucais, caso não ocorra rápida reabilitação, pode levar a dificuldades para mastigar, má oclusão dentária e distúrbios na articulação têmporo-mandibular com dores de cabeça e zumbido no ouvido”, explica a professora. 


Outra doença importante a ser prevenida é o câncer bucal, que, de acordo com Cristiane, “pode ocasionar grandes perdas para saúde geral, desde comprometimento estético e funcional da cabeça e pescoço, chegando ao maior grau de severidade que é a mortalidade por esta causa”. Ela acrescenta que, com a pandemia da Covid-19, a importância da higiene bucal ganhou destaque, uma vez que “a necessidade de limpeza correta da língua e dos dentes, inclusive dos molares mais próximos à faringe para prevenção do agravamento dos quadros da doença”.


Formação de odontólogos 


Um dos caminhos para melhorar este quadro é contemplar a atenção à saúde coletiva já na formação dos futuros odontólogos, que deve ser voltada para o entendimento da Saúde Bucal. Para a professora da Unit Sergipe, as disciplinas da área têm um “conteúdo passado através de metodologias ativas que abrangem os conceitos de saúde, determinantes sociais de saúde, educação e promoção da saúde, sistemas de saúde, índices epidemiológicos de saúde bucal, vigilância em saúde, planejamento e avaliação em saúde que auxiliam na compreensão destes processos”.


Os estudantes de Odontologia também podem atuar em espaços para promover saúde, tanto em Clínicas-Escola quanto em atividades práticas de extensão nas disciplinas e estágios fora dos muros da universidade. “Outra forma importante de passar esta realidade e formas de atuação para os alunos do curso de Odontologia dentro do Modelo de Promoção de Saúde, é promover a participação em projetos de extensão e pesquisa que lhes permitam incorporar experiências e vivências tanto para compreender a situação epidemiológica da saúde bucal da população, como para sua futura atuação profissional, de forma crítica e reflexiva, nos diferentes contextos da profissão Odontologia”, conclui Cristiane. 



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