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29/08/2017 12:34

Brasil precisa ser mais ousado no mercado internacional, apontam especialistas no 5º Fórum de Agricultura da América do Sul


Curitiba, PR--(DINO - 29 ago, 2017) - Mesmo tendo um dos maiores Produtos Interno Bruto (PIB) do mundo, o Brasil continua tendo dificuldades no mercado internacional. Atualmente, o país responde por apenas 1,2% do comércio global, resultado da falta de uma política externa mais ousada, conforme análise dos especialistas presentes no 5º Fórum de Agricultura da América do Sul. O evento ocorre no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba (PR), e reúne mais de 500 participantes de todos os elos da cadeia produtiva do agronegócio.

Com exceção do Mercosul, o país não realizou acordos bilaterais ou regionais com grandes nações, tendo preferido apostar em negociações pela Organização Mundial do Comércio (OMC) ? o que se mostrou uma estratégia equivocada, segundo o professor de comércio exterior da Universidade Positivo, Gustavo Iamin. "Europa, Japão e Coreia do Sul se basearam no modelo exportador após a Segunda Guerra Mundial e obtiveram sucesso. Comércio é uma via de mão dupla. É preciso importar para equilibrar a balança econômica". Ele participou do painel "Mercado Internacional: desafios e oportunidades à exportação" que ocorreu na quinta-feira (24).

A consultora em negócios internacionais, Tatiana Palermo, que também debateu o tema, destacou o papel do agronegócio na expansão de mercado e na recuperação econômica do país ? principalmente devido a capacidade de expansão da área plantada em aproximadamente 115 milhões de hectares. "A participação do agronegócio brasileiro no mercado mundial é de 7,04%. É preciso atenção nas altas tarifas de importação e uma maior agressividade no mercado para aumentar esse índice", afirmou.

O crescimento da demanda por alimentos também devem contribuir para o ganho de mercado internacional. A projeção de crescimento populacional até 2050 é alta, estima-se que o número de habitantes no mundo chegue a quase 10 milhões. Aliada a essa expectativa, fatores como longevidade, fertilidade e alteração na renda per capita em diversos países têm reorganizado a demanda por alimentos no planeta. Atender a essa necessidade, exige atenção a aspectos que podem afetar o volume de oferta de produtos pelo setor.

Para o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon, que participou do painel "Oferta e demanda: fundamentos que reorganizam a ordem global", é preciso refletir sobre como o setor e o país vão se posicionar diante de uma mudança tão drástica e uma demanda tão grande. Por isso é importante estar atento aos alertas de crescimento e mudanças climáticas.

Mais temas

Outros dois assuntos foram pauta na programação de quinta-feira (24) do 5º Fórum de Agricultura da América do Sul. No painel "Russia: Grande Player do Inverno" o destaque foi o trabalho que o país tem desenvolvido ao longo dos últimos anos para assumir a liderança entre os principais exportadores de trigo. "O papel importante foi feito com sementes de alta qualidade, e também aumentando o maquinário agrícola", destaca o membro do Russian Grain Union, Maksim Golovin.

Com o aumento da oferta do produto russo, nunca houve tanto trigo disponível no mercado, chegando a aproximadamente 737 milhões de toneladas, segundo o diretor do Sindicato das Indústrias de Trigo no Estado do Paraná (Sinditrigo-PR), Daniel Kummel. "O volume é muito grande e o consumo não acompanhou a produção. Consequentemente, o trigo vai sofrer efeito nessa campanha devido à quantidade disponível", relatou.

No painel "Reconstrução da confiança e ampliação do mercado de carnes", o consultor veterinário da Cobb-Vantress, Guilherme Castro, destacou que o país deve apostar no potencial da carne de frango, pois, atualmente, é o único exportador de aves livre do diagnóstico da gripe aviária. "Temos um sistema de integração extremamente profissional, gerando tecnologia no campo. O Brasil exporta tecnologia com profissionais e conhecimento", concluiu.

Expedição Suinocultura

Durante o evento, ocorreu o lançamento da segunda edição da Expedição Suinocultura ? projeto técnico-jornalístico que vai percorrer mais de 15 mil quilômetros pelo Brasil para construir um novo diagnóstico da atividade. "A carne suína é a proteína animal mais consumida no mundo. Vamos discutir sanidade, produção e mercado, mas também queremos quebrar paradigmas e mostrar que é uma carne saudável, e não é só o pernil do final de ano", destacou o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador do projeto, Giovani Ferreira. Também participaram do lançamento o gerente técnico de suinocultura da MSD Saúde Animal, César Feronato, o supervisor técnico de suínos da Boehringer Ingelheim, Ricardo Lippke, e o diretor do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), João Luiz Regiani.
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Sobre o Fórum de Agricultura da América do Sul

O 5º Fórum de Agricultura da América do Sul (Agricultural Outlook Forum South America 2017) é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo (AgroGP), plataforma de conteúdo do Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom), sediado em Curitiba, no Paraná. O projeto piloto do Fórum foi realizado em 2013 e levou para Foz do Iguaçu (PR) mais de 500 participantes para discutir os desafios e oportunidades do novo ciclo de expansão da produção mundial de grãos. Em 2015, o evento trouxe o agronegócio para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Em 2016, com o tema "Nova Estratégia para uma Nova Agricultura", o evento discutiu a demanda por alimentos como forma de fortalecer o protagonismo sul-americano no agronegócio mundial.

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