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Randolfe: Governo prefere votação da LDO na próxima semana; não desistimos de cortes

14 de outubro de 2025

Por Naomi Matsui

Brasília, 14/10/2025 – O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), defendeu nesta terça-feira, 14, que a votação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) seja adiada para a próxima semana a fim de permitir uma maior negociação de pontos do projeto, principalmente referentes a receitas frustradas. “Estamos em processo de negociação. A preferência do governo é esta, que fique para próxima semana”, declarou a jornalistas nesta terça.

Randolfe citou a necessidade de encontrar R$ 35 bilhões para o Orçamento, afirmou que o governo “não desistiu” de fazer cortes, mas que as opções ainda estão sendo avaliadas. “Podemos ainda ver, em relação ao corte de despesas, onde pode ser feito e o que pode ser ajustado. O governo não desistiu sobre isso”, disse.

“A gente tem que ter uma conversa com o Congresso sobre de onde vamos encontrar os recursos para isso. Se a opção for realmente não ter R$ 35 bilhões, ter esse furo para o Orçamento ano que vem, então, tem que ser tomado outro tipo de medidas”, falou.

Segundo Randolfe, o tema será debatido em conversa nesta quarta-feira, 15, entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), em horário ainda ser definido.

Calendário de emendas

Randolfe afirmou que o governo ainda não debateu o calendário para o pagamento de emendas no primeiro semestre de 2026, tal como defende o relator do PLDO, Gervásio Maia (PSB-PB). Disse, porém, que o tema cabe ao Executivo.

“A imposição do calendário é um ato privativo do Executivo, porque para definir calendário de pagamento, tem que ter disponibilidade orçamentária e financeira. Quem pode dar resposta sobre disponibilidade orçamentária e financeira é o Executivo, não o Legislativo. Então, nós temos uma oposição ao calendário”, declarou.

Randolfe disse, no entanto, que o calendário só será debatido após a definição dos R$ 35 bilhões. “Antes de conversarmos propriamente sobre o calendário, precisamos ter uma resposta sobre esse espaço de R$ 35 bilhões que não temos para o orçamento do ano que vem”, disse.

O PLDO tem sofrido sucessivos adiamentos e precisa ser votado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e em sessão conjunta entre deputados e senadores. A previsão é que a primeira etapa fosse finalizada hoje, 14, mas foi adiada a pedido de Haddad, sob o argumento de que o governo gostaria de discutir as receitas frustradas pela queda da Medida Provisória 1.303, que continha alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Randolfe disse que a sessão do Congresso ficará mantida para quinta-feira, 16, mesmo que a CMO não vote o PLDO. Nesse cenário, a sessão será usada para a análise de vetos sobre o licenciamento ambiental. Mais cedo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), afirmou que deve mesmo manter a sessão do Congresso para quinta-feira, 16, mesmo se a Comissão Mista de Orçamento (CMO) não votar o PLDO a tempo.

Contato: naomi.matsui@estadao.com

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