Por Isadora Duarte
Brasília, 28/10/2025 – O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (Republicanos-PR), refutou a declaração do diretor de vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do Banco do Brasil, Felipe Prince, de restrição de crédito a produtores que já tenham passado por recuperação judicial. “Mais uma vez, infelizmente, é uma surpresa negativa de um banco estatal, de responsabilidade do governo brasileiro, tratando assim os produtores rurais”, afirmou Lupion, em coletiva de imprensa após reunião semanal da bancada.
Em entrevista publicada nesta terça-feira na Bloomberg, Prince, do BB, disse que produtor rural que pedir recuperação judicial “não vai ter crédito hoje, não vai ter amanhã, e não vai ter nunca mais” no banco. A ameaça de suspensão da concessão de crédito a produtores com RJ ocorre em meio ao aumento do pedido de RJs no agronegócio e com pressão da inadimplência da carteira de agronegócio sobre os resultados do BB. O Banco do Brasil é líder em crédito rural no País.
Lupion criticou a oferta de crédito rural como um todo pelo governo. “Por um lado, o governo fica falando que está ajudando o produtor, anuncia um Plano Safra gigantesco, anuncia dinheiro na mão do produtor, anuncia crédito fácil, mas não entrega o crédito, não tem seguro. O produtor não consegue acessar de maneira alguma o custeio para a sua produção e está endividado. Existe uma insegurança enorme dentro do setor”, apontou.
Na semana passada, a bancada agropecuária recebeu o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Gilson Bittencourt, para debater a renegociação de dívidas rurais. Lupion classificou a conversa como “morna”, sem apresentação de soluções para o setor, apenas com diagnóstico do problema. “Essa fala de outro setor do banco tratando o produtor dessa maneira é mais uma demonstração clara de desrespeito desse governo ao setor agropecuário. Ninguém está em recuperação judicial porque optou por isso, mas sim exclusivamente porque chegou a uma situação que exigiu uma solução como essa. Esse é um problema sério”, observou.
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