Por Geovani Bucci
São Paulo, 29/10/2025 – Governadores de direita articulam uma ida conjunta ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira, 30, para manifestar apoio ao governador Cláudio Castro (PL) após megaoperação policial realizada na capital do Estado ontem. A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirma que há 132 mortos após a operação contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV), a mais letal da história do Estado.
A visita conjunta foi articulada em uma reunião nesta quarta-feira, da qual participaram os governadores Jorginho Mello (PL-SC), Mauro Mendes (União Brasil – MT), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Segundo interlocutores, Jorginho tem feito ligações a outros colegas que não conseguiram participar do encontro, organizando uma ida em bloco ao Rio.
O grupo pretende levar solidariedade política e institucional a Castro e oferecer apoio às forças de segurança fluminenses. A avaliação entre os governadores é que, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635 ou ADPF das Favelas – conhecida como ADPF das Favelas, que restringiu operações policiais em comunidades -, lideranças de facções migraram de diferentes Estados para o Rio, o que teria transformado a crise em um problema de segurança pública nacional.
A visita, segundo auxiliares, não será apenas simbólica. Os governadores devem colocar suas forças de segurança à disposição do governo fluminense, oferecendo reforço policial e apoio logístico conforme a necessidade das operações. O horário ainda deve ser definido.
Caiado confirmou a presença e disse que mais governadores devem comparecer. “Trata-se de um assunto de segurança que atinge também os nossos Estados. O momento é de solidariedade”, afirmou.
Durante entrevista coletiva de imprensa nesta quarta, Castro classificou a operação como um “sucesso”, lamentando apenas as mortes de policiais e criticando o governo federal, num embate que reforça a disputa de narrativas entre os governadores de direita e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Todos que quiserem vir para somar no combate à criminalidade são bem-vindos. Aos que querem fazer confusão e politicagem, nosso único recado é: suma. Ou soma ou suma”, afirmou Castro.
O governador também disse “discordar” de quem defende que ele deveria ter pedido uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para permitir o uso das Forças Armadas. Segundo ele, não cabe aos governadores solicitar o instrumento, mas apenas ajuda operacional e institucional.
“O governador não tem que pedir GLO. O governador pede ajuda, pede gente, infraestrutura, recurso, inteligência. O instrumento jurídico quem define é o governo federal”, declarou.
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