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Fintechs reconhecem cenário ‘desafiador’ e defendem fortalecimento de estruturas de regulação

14 de outubro de 2025

Por André Marinho

São Paulo, 14/10/2024 – Representantes de fintechs defenderam hoje o fortalecimento das estruturas de regulação e autorregulação para superar os desafios recentes, durante evento da Fitch Ratings, em São Paulo. Desde o início do ano, episódios de ataques cibernéticos e fraudes associadas a Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs) expuseram vulnerabilidades no setor.

“Os últimos meses foram desafiadores para o segmento. Espero que daqui até o final do ano não tenhamos tanta surpresas”, afirmou o cofundador e presidente da fintech de infraestrutura financeira Vórtx, Alexandre Assolini.

Para ele, múltiplos fatores contribuíram para o cenário, entre eles a escassez de recursos para reguladores. Na visão dele, os órgãos regulatórios enfrentam orçamentos cada vez mais “estrangulados” em um ambiente de crescente volume de agentes financeiros.

“O desafio para esse ecossistema financeiro é saber que precisa garantir competição, mas ter controle reputacional de quem está dentro do ambiente”, argumento. “Se não for via regulação, que seja via autorrregulação”, acrescentou.

Assolini acrescentou que as recentes mudanças normativas do Banco Central, em resposta aos episódios, são insuficientes para blindar totalmente o sistema financeiro. No mês passado, o BC estabeleceu um limite de R$ 15 mil no TED e Pix para instituições de pagamentos não autorizados que se conectam à rede via PSTIs.

“Nos dias seguintes à norma, houve uma proliferação no número de transações. No nosso caso, tínhamos cerca de 5 mil transações e passamos a ter 65 mil”, citou.

A chefe de produtos do Stark Bank, Auziane Moraes, afirmou que o setor precisa trabalhar em conjunto para fortalecer a segurança e a robustez das fintechs como um todo. “Se há uma desconfiança do consumidor perante ao arranjo como um todo, todo mundo sai perdendo”, destacou.

Já o diretor de serviços financeiros da Opea, François Guérin, chamou atenção para o papel das próprias instituições financeiros nesse processo. “Os eventos recentes mostraram que não é só questão de regulação. Houve um problema de conduta. É responsabilidade da instituição financeira fazer as diligências”, disse.

Contato: andre.marinho@estadao.com

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