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29 de outubro de 2025
Por Aline Bronzati, correspondente
O Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve cortar novamente os juros nos Estados Unidos para conter os elevados riscos de fraqueza no mercado de trabalho. Apesar de o país enfrentar o segundo maior shutdown da história, o que mantém o mercado e a própria autoridade em completo apagão de dados, a inflação ao consumidor em setembro, que foi divulgada em caráter excepcional, veio melhor que o esperado, permitindo que o banqueiro central siga com a flexibilização da política monetária americana. O Fed também pode anunciar o fim do processo de redução do seu trilionário balanço de ativos.
A principal aposta – com quase 98% de probabilidade estimada – é de que o Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) reduza os juros dos EUA em mais 25 pontos-base na reunião que termina hoje, conforme levantamento da plataforma americana CME Group. Se confirmada,será a segunda queda consecutiva, que deve levar a taxa básica americana para o intervalo entre 3,75% e 4,00% ao ano.
A paralisação da máquina pública nos EUA causou um apagão de dados e deixou Wall Street e o Fed sem informações sobre a saúde da economia. Mesmo assim, economistas avaliam que a situação do emprego não se alterou. Antes da divulgação do relatório de emprego de setembro (payroll) – principal termômetro do mercado de trabalho americano – ser suspensa, como todos os demais indicadores, por causa do shutdown, as leituras de agosto e julho já haviam saído bem mais fracas. Isso alimentou temores de uma desaceleração laboral mais aguda e abriu espaço para o BC dos EUA voltar a cortar os juros.
Vários alertas de Wall Street pedem que o Fed siga reduzindo as taxas. Para o Bank of America, não se deve mudar de curso quando se está “voando às cegas”. “Apesar das informações limitadas, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) não tem escolha a não ser conduzir a política monetária”, afirma Marc Giannoni, economista do Barclays para os EUA. O banco britânico espera um corte d 25 pontos-base na reunião desta semana e outro na de dezembro.
Na semana passada, dados mais benignos da inflação nos EUA reforçaram as expectativas de que o Fed seguirá cortando os juros, mesmo com o país enfrentando o segundo maior shutdown de sua história – o indicador foi divulgado como exceção à paralisação.
O Morgan Stanley descarta divergências nos votos dos dirigentes do Fed na reunião de outubro. Já o Barclays vê um dissidente: o diretor Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, deve novamente defender uma redução maior nas taxas, de 50 pontos. “Mas vemos riscos significativos de pelo menos uma dissidência mais hawkish também”, afirma o economista sênior do Bank of America para os EUA, Aditya Bhave.
Segundo ele, quatro dirigentes do Fed indicaram somente mais um corte de juros neste ano nas projeções divulgadas em paralelo à decisão de juros de setembro. São eles: Michael Barr, Austan Goolsbee, de Chicago (vota), Alberto Musalem, de St. Louis (vota) e Jeffrey Schmid, de Kansas City (vota). “Esperamos que os membros mais hawkish apoiem o corte, mas não ficaríamos surpresos se Schmid ou Musalem discordassem em favor de manter a taxa inalterada”, afirma Giannoni, do Barclays.
Coletiva e balanço
A coletiva de imprensa que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, concede após a reunião é sempre aguardada pelo mercado. Desta vez, porém, os investidores estão ainda mais curiosos para ouvi-lo sobre o rumo das taxas. Para o Goldman Sachs, se a pergunta surgir – e não há dúvidas de que surgirá -, Powell deve remeter às projeções divulgadas em setembro, que mostraram que a maioria dos dirigentes ainda vê um terceiro corte de juros em dezembro.
“O FOMC já promoveu três cortes seguidos como uma gestão de risco no passado e duvidamos que os próximos dados do mercado de trabalho – afetados pelas demissões postergadas do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) dos EUA e pelo impacto do shutdown na coleta de informações – enviem, até lá, um sinal convincente de que foi ‘tudo resolvido'”, avalia o time de economistas do banco americano liderado por Jan Hatzius, em nota a clientes.
Mas a decisão que pode roubar a atenção nesta semana diz respeito à escolha de parar de reduzir o balanço de ativos de US$ 6,6 trilhões, processo conhecido como aperto quantitativo (QT, da sigla em inglês). Powell sinalizou, em discurso neste mês, que a redução do balanço patrimonial do Fed pode estar próxima do fim. “Podemos nos aproximar desse ponto nos próximos meses, e estamos monitorando de perto uma ampla gama de indicadores para tomar essa decisão”, disse.
O Bank of America espera que o sinal venha já – e não mais no fim do ano – e apareça, inclusive, no comunicado em que o banco central divulgará a decisão de política monetária. O Jefferies, também dos EUA, não vê nada no horizonte que impeça o Fed de encerrar o processo de redução de seu balanço de ativos.
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