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Energisa MS inicia busca por voluntários para testar fatura fixa que pode durar até um ano

13 de outubro de 2025

São Paulo, 13/10/2025 – A Energisa Mato Grosso do Sul iniciou neste mês a busca por voluntários para testar um modelo de cobrança fixa das contas de luz. Quem aderir ao programa experimental pagará pelo mesmo valor mensalmente ao longo de três, seis ou doze meses, com eventuais ajustes para mais ou para menos ao fim do prazo escolhido pelo próprio usuário.

A ideia do Grupo, que atua em nove concessões de distribuição de eletricidade pelo País, é testar a iniciativa exclusivamente no Mato Grosso do Sul, por conta da grande variação climática do Estado ao longo do ano, o que resulta em variações no valor da fatura. De acordo com o vice-presidente de Regulação e Relações Institucionais, Fernando Maia, é o local onde o grupo atua em que as estações são mais bem definidas.

À Broadcast, ele explicou que empresa pretende testar uma série de modelos para ter um portfólio de opções: “O que a gente está buscando é não ter um único modelo de fatura, de tarifação, mas vários modelos e que vão se adequar melhor ao que o cliente deseja. Nesse caso, estamos focando num cliente que valoriza essa previsibilidade. Ou seja, ele consegue gerir suas próprias finanças sabendo que ele tem que reservar tanto [de dinheiro] para a energia elétrica e não vai ter surpresa.”

A distribuidora espera obter entre 1.000 e 6.000 participantes, sendo que o último número representa 0,5% dos clientes atendidos em baixa tensão pela Energisa Mato Grosso do Sul. Diferentemente de outros sandboxes tarifários que a companhia já tem em andamento, este não exigirá uma pré-seleção dos voluntários para atingir um perfil específico de consumidor. “Esse vai ser o primeiro que é um produto ‘que eu estarei vendendo’, ou seja, vai depender do consumidor”, afirmou Maia.

O valor da fatura será determinado com base no consumo médio de cada cliente nos últimos 12 meses, além de projeções de demanda e reajuste. A bandeira tarifária, que é definida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mensalmente para indicar as condições de geração e seus impactos no preço, poderá ser incluída ou não no montante fixado, conforme a escolha do voluntário.

Ao fim do período escolhido pelo consumidor que quiser participar do teste, se os valores que seriam cobrados estiverem abaixo ou acima do que foi efetivamente consumido, serão ajustados na fatura final do período escolhido, sempre considerando os valores individualizados de cada participante. Se o voluntário pedir para sair do teste, o ajuste poderá ocorrer na fatura seguinte. E, caso o desconto seja muito grande, pode ser que a devolução precise ocorrer em mais de uma fatura.

Os consumidores que quiserem fazer o teste poderão aderir ao “Plano Fixo” pelo aplicativo da distribuidora ou pela agência digital desde que residam em uma dessas oito cidades: Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Corumbá, Paranaíba, Nova Andradina, Aquidauana e Coxim. Também é preciso ter ao menos 12 meses de histórico de consumo, estar em dia com as faturas e não ser beneficiário de programas como a Tarifa Social.

A participação implica ainda no recebimento da conta digital e realização do pagamento via Pix automático. Os informes de consumo, que continuarão sendo acompanhados assim como no formato usual, serão enviados de forma mensal, trimestral e semestral.

Outros testes e possíveis efeitos

A iniciativa é conduzida pela Energisa em parceria Essenz Soluções, sob supervisão da Aneel. Desde novembro de 2024, outros dois modelos estão sendo testados em outras concessões (São Paulo, Paraíba e Tocantins): a Tarifa Melhor Hora, que varia conforme o horário do consumo, e a Tarifa Dinâmica Trimestral, que antecipa o valor da tarifa para os três meses seguintes.

Questionado se a tarifa fixa não vai contra as iniciativas que visam que o consumidor tenha mais consciência dos horários de maior custo e implicações para a distribuidora, Maia reiterou que ideia é testar diferentes opções a serem submetidas à Aneel. Além disso, ele disse que a fatura fixa, em específico, poderia deixar a receita da distribuidora mais previsível.

“Não seria ruim para o nosso planejamento financeiro ter uma previsibilidade de receita. E, no final, eu acho que isso vai ajudar a reduzir a inadimplência, porque os consumidores têm mais previsibilidade”, avaliou, mas pontuando que os dados de inadimplência não foram os motivadores para a escolha da concessão.

O Grupo Energisa terminou o segundo trimestre deste ano com taxa de inadimplência – medida pelas Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) – em 1,41%. Na Energisa Mato Grosso do Sul, o indicador ficou em 1,46%, sendo a quarta maior entre as nove distribuidoras.

Maia ressaltou ainda que, ao fim dos testes, a Aneel coletará as experiências obtidas e usará como base para decisões regulatórias.

Contato: ludmylla.rocha@broadcast.com.br

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