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Congresso pauta autorização para governo mirar piso da meta e evitar corte de R$ 30 bi em 2025

30 de outubro de 2025

Por Daniel Weterman, do Estadão

Brasília, 30/10/2025 – Um projeto que vai à votação nesta quinta-feira, 30, no Congresso Nacional traz uma autorização para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perseguir o piso da meta fiscal, e não o centro, e evitar um congelamento adicional de R$ 30,2 bilhões em despesas em 2025.

A proposta foi incluída pela senadora Dorinha Seabra (União-TO), a pedido do governo, em um projeto que trata sobre outro assunto.

A proposta original coloca na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) uma autorização orçamentária para a isenção do Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil de forma permanente. O governo precisa dessa autorização para que, quando aprovar a isenção em si, que está em outro projeto, o benefício seja dado de forma permanente, e não temporária.

O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a determinar que o governo perseguisse o centro da meta fiscal, o que exige um congelamento de gastos mais rígido para cumprir a regra e fechar as contas em dia. O governo vem mirando no piso dessa meta, previsto pelo arcabouço fiscal, o que aumenta a margem para mais gastos.

O TCU suspendeu a decisão após recurso do governo e alerta de que, se o congelamento total fosse adotado, serviços públicos ficariam em risco. Agora, o governo tenta aprovar um dispositivo na LDO deixando claro que ele pode perseguir o piso da meta fiscal na hora de decidir o tamanho do congelamento de gastos. A oposição deve apresentar um destaque (emenda) para tentar retirar o dispositivo do projeto.

Atualmente, R$ 12,1 bilhões em despesas estão congeladas para cumprir o piso da meta fiscal. Se fosse obrigatório perseguir o centro da meta, o governo calcula que teria que congelar mais R$ 30,2 bilhões, incluindo R$ 6,8 bilhões em emendas parlamentares, impedindo o pagamento de recursos de interesse do governo e também dos congressistas. A contenção total, nesse caso, somaria R$ 42,3 bilhões neste ano.

O objetivo, de acordo com a senadora, é “preservar a segurança jurídica na regular execução do orçamento, propomos deixar claro que, para o ano de 2025, permanece a regra, até agora utilizada, de considerar o limite inferior do intervalo de tolerância da meta fiscal, para estabelecimento de limitação de empenho e movimentação financeira”.

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