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Cade: análise da aquisição de farmácia pelo Mercado Livre não implica revisão da decisão prévia

16 de outubro de 2025

Após decidir analisar as contestações da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) contra a aquisição da Cuidamos Farma pelo Grupo Mercado Livre, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) esclareceu que o processo de “solicitação de análise de informações” é um procedimento interno do órgão usado para apurar as alegações adicionais apresentadas. “Não envolve necessariamente a revisão da decisão”, disse a autoridade antitruste, por meio de nota.

“A instauração desse tipo de processo não implica, por si só, em alteração da decisão anterior”, acrescenta a nota.

A aquisição pelo Mercado Livre da Cuidamos Farma, farmácia localizada na zona sul de São Paulo, foi notificada ao Cade em agosto deste ano e aprovada sem restrições em setembro. Foi adotado para o caso o procedimento sumário, uma análise mais simples para atos de concentração com menor potencial de impacto na concorrência.

A operação consiste na aquisição pela K2I de 100% do capital social da Cuidamos Farma, uma subsidiária integral da Memed.

Depois da aprovação, a Abrafarma alegou ao órgão de defesa da concorrência que o MeLi não forneceu todas as informações relacionadas à transação e também sobre parcerias futuras, o que, nos argumentos da associação, poderia ser um “incidente de enganosidade”.

A avaliação da associação é que a empresa de comércio eletrônico quer se tornar uma gigante também no setor farmacêutico brasileiro, o único segmento do varejo que a empresa não opera no Brasil. No documento, a Abrafarma disse ainda que o Mercado Livre presta serviços de telemedicina e pretende operar de forma a ter todos os serviços do setor.

Já o Mercado Livre argumentou que a compra da farmácia está autorizada, transitada em julgado e arquivada. E considerou as alegações da Abrafarma infundadas. A empresa destacou que ainda não atua na venda de medicamentos em seu marketplace, sendo a comercialização desses produtos proibida em seus próprios termos e condições.

“O Mercado Livre não tem planos de criar uma rede própria de farmácias e de telemedicina, e sim trabalhar com parceiros; não existe a alegada integração vertical”, disse, em nota. “A aquisição é restrita à Cuidamos Farma. Atualmente, não há nenhum contrato ou parceria adicional sendo negociada entre o Grupo Mercado Livre e a Memed S.A.”.

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