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15 de outubro de 2025
Por Luciana Collet
São Paulo, 15/10/2025 – A aquisição de fatia da Eletronuclear pela Âmbar Energia, empresa de energia do grupo J&F, da família Batista, coloca a companhia em posição de destaque, por sua participação no setor nuclear, salientou o presidente da Âmbar Energia, Marcelo Zanatta, à Broadcast, ao comentar a operação anunciada na manhã de hoje pela Eletrobras. Ele classificou o ativo como “único e extremamente estratégico”.
“Seremos o único player privado com posição no setor nuclear, uma fonte que ganha força em todo o mundo por equilibrar a necessidade do setor de tecnologia por energia firme com a redução das emissões de gases do efeito estufa”, disse.
De acordo com ele, a transação faz parte de um plano iniciado pela companhia em 2021, quando a empresa comprou a usina termelétrica de Uruguaiana. “Naquele momento, percebemos que estávamos no início de uma onda de desinvestimentos e de consolidação no segmento de geração e nos preparamos financeira e operacionalmente para aproveitá-la”, citou.
De lá pra cá, a Âmbar comprou diversas termelétricas, incluindo diversos ativos anteriormente detidos pela Eletrobras, que vem fazendo o movimento contrário, desfazendo-se de ativos movidos por fontes fósseis – como a usina a carvão Candiota, em 2024, um conjunto de usinas no Amazonas, operação concluída em maio passado, e a termelétrica Santa Cruz, concluída na semana passada – dentre outros ativos nos quais não detém controle, como a própria fatia na Eletronuclear.
Atualmente, a Âmbar afirma contar com 50 usinas, considerando também negócios em fase de fechamento, em diversas fontes: solar, hidrelétrica, a biodiesel, a biomassa, a biogás, a gás natural e carvão.
“Continuamos enxergando oportunidades de aquisições para ampliar e diversificar nosso portfólio de geração”, acrescentou Zanatta. Segundo ele, porém, com a Eletronuclear a empresa já passará a ter o portfólio mais diversificado do setor elétrico brasileiro.
A operação
Conforme anunciou a Eletrobras mais cedo, a Âmbar acertou acordo para comprar a totalidade da participação da Eletrobras na Eletronuclear e passará a deter 68% do capital total e de 35,3% do capital votante na empresa responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
A União, que não faz parte da transação, continuará controlando a Eletronuclear por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), que detém 64,7% do capital votante e cerca de 32% do capital total.
A operação, que ainda depende da aprovação dos órgãos reguladores, envolve R$ 535 milhões. Além disso, a J&F/Âmbar assumirá a responsabilidade pela integralização das debêntures acordadas no Termo de Conciliação firmado com a União, no valor de R$ 2,4 bilhões. Assumirá, ainda, as garantias prestadas pela Eletrobras em favor da Eletronuclear.
Em nota, a Âmbar lembrou que a Eletronuclear opera as usinas Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts (MW), Angra 2, com 1.350 MW, que possuem contratos de longo prazo, até 2044 e 2040, respectivamente, o que garante fluxo de receitas estável. Em 2024, a Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões, acrescentou.
A empresa também citou o projeto “em desenvolvimento” de Angra 3, de 1.405 MW. A usina, que teve suas obras iniciadas na década de 1980, está atualmente inacabada e a espera de comando governamental para sua conclusão. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que uma decisão final sobre a retomada, ou não, seria tomada ainda este ano, após novo estudo de impacto econômico-financeiro.
Contato: Luciana.collet@estadao.com
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