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20 de outubro de 2025
Por Gabriel Azevedo
São Paulo, 20/10/2025 – Os Estados Unidos devem perder a janela de exportação de soja para a China nesta safra, segundo o presidente da consultoria americana AgResource, Dan Basse. Ele afirmou que a tarifa chinesa de 34% sobre o grão americano, equivalente a cerca de US$ 2,60 por bushel, praticamente bloqueia as vendas entre os dois países e transfere a demanda para o Brasil e a Argentina. “Não sou otimista de que Estados Unidos e China conseguirão fechar um acordo comercial. As discussões estão dominadas por temas como minerais de terras raras, taxas sobre navios e o aplicativo TikTok, muito além da soja”, disse Basse em vídeo. Segundo ele, o clima entre os dois governos é mais tenso do que nas últimas rodadas de negociação.
A AgResource afirma que a China ainda não comprou soja americana nesta temporada e calcula que os Estados Unidos já perderam cerca de 13 milhões de toneladas em embarques entre setembro e o início de outubro, volume que foi absorvido por exportadores do Brasil e da Argentina. A principal janela de exportação dos EUA, que normalmente vai de outubro a dezembro, deve se fechar sem novos negócios. “Se os Estados Unidos não venderem soja agora, essa oportunidade desaparece”, afirmou Basse.
Entre dezembro e janeiro, a China deve importar de 6 milhões a 7 milhões de toneladas, mas o país tem estoques suficientes para atender essa necessidade internamente. “Não acredito que esses grãos virão dos Estados Unidos”, disse.
Basse destacou que o Brasil ganhou um espaço permanente no comércio mundial de soja. O País pode atender sozinho cerca de 100 milhões de toneladas das compras anuais da China e ainda manter seu próprio esmagamento, próximo de 55 milhões de toneladas. “O Brasil continua ampliando área, processamento e exportações. A China pode garantir todas as suas necessidades com o Brasil”, afirmou.
O presidente da AgResource disse que, se houver retomada das compras chinesas, isso deve ocorrer apenas entre junho e agosto de 2026, no fim do ano comercial americano. Até lá, os preços da soja na Bolsa de Chicago devem continuar oscilando entre US$ 9,50 e US$ 10,75 por bushel, a mesma faixa observada no último ano. “Se a China não voltar ao mercado, os preços devem cair para perto de US$ 9,40 por bushel”, avaliou.
Segundo Basse, os estoques dos Estados Unidos podem ultrapassar 13,6 milhões de toneladas, o maior volume desde 2018, o que deve manter a pressão sobre os preços. “Os estoques vão crescer, os preços terão viés de baixa e o Brasil continuará ampliando sua participação. É um bom momento para o produtor brasileiro”, afirmou.
Contato: gabriel.azevedo@estadao.com
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