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29 de outubro de 2025
Por Gabriel Azevedo
São Paulo, 29/10/2025 – A Sociedade Rural Brasileira (SRB) manifestou preocupação com a possibilidade de o Banco do Brasil (BB) restringir o crédito rural a produtores que ingressarem com pedido de Recuperação Judicial (RJ), conforme declaração do vice-presidente de gestão de riscos do banco, Felipe Prince, em entrevista à Bloomberg News. O executivo afirmou que produtores que recorrerem ao instrumento “não terão crédito hoje, amanhã, nem nunca mais”, o que gerou reações entre entidades do agronegócio e do meio jurídico.
Em nota divulgada ontem (28) à noite, a SRB afirmou ter recebido “com estranheza” a declaração. “A SRB destaca a relevância do crédito rural para a carteira do Banco do Brasil e ressalta que a recuperação judicial é um instrumento legítimo, previsto na legislação brasileira, que busca assegurar a continuidade das atividades produtivas para os casos que se enquadrarem nas exigências legais”, disse a entidade.
A organização ressaltou que o crédito rural é essencial para o funcionamento da agropecuária e para a própria sustentabilidade da carteira do banco. Segundo a nota, a gestão de riscos é prerrogativa das instituições financeiras, mas o veto a produtores em recuperação judicial ultrapassaria os limites aceitáveis. “Percebe-se que a gestão de riscos de crédito é considerada pelos agentes financeiros, contudo, privar o crédito rural de produtores que possuem recuperações judiciais homologadas e acompanhadas pelo Poder Judiciário extrapola os limites do mercado financeiro com subsídios do orçamento público”, afirmou.
A SRB encerrou o posicionamento afirmando que confia na postura institucional do Banco do Brasil e no cumprimento das normas que regem o crédito rural. “Confiamos na credibilidade do Banco do Brasil e na aplicação correta da legislação de crédito e de fortalecimento do setor produtivo”, destacou a nota.
O episódio ocorre em meio à alta da inadimplência na carteira do agronegócio do Banco do Brasil, que atingiu 3,5% em junho, e após a instituição recuar de outra medida polêmica. Em setembro, o banco desistiu de processar escritórios de advocacia que recomendavam aos produtores o ingresso em recuperação judicial, depois de ação da OAB na Justiça.
No mesmo dia, o Instituto Brasileiro da Insolvência (Ibajud) também divulgou nota, classificando as declarações de Prince como “incompatíveis com o Estado Democrático de Direito”. A entidade afirmou que a recuperação judicial “é instrumento legítimo de reorganização econômica, que visa preservar atividades, empregos e honrar compromissos, não sendo uma ‘armadilha’, como erroneamente sugerido pelo executivo do Banco do Brasil”.
Contato: gabriel.azevedo@estadao.com
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