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Estados em Pauta: Governo do Rio lamenta falta de apoio federal em megaoperação contra CV

28 de outubro de 2025

Por Redações do Broadcast Político e do Estadão

São Paulo, 28/10/2025 – A polícia do Rio de Janeiro realiza nesta terça-feira, 28, uma megaoperação contra a facção Comando Vermelho (CV), com saldo, até o início da tarde, de mais de 60 mortos, dentre eles quatro policiais, e 81 presos. Em entrevista coletiva no início desta tarde, o governador Cláudio Castro (PL) lamentou a falta de apoio do governo federal no combate a esse tipo de crime.

“As nossas polícias estão sozinhas. É uma operação maior do que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro, não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais, nem de segurança, nem de defesa. Sozinhos nessa luta, estamos fazendo a maior operação da história do Rio de Janeiro”, disse Castro.

Indagado se a sua gestão havia pedido ajuda ao governo federal para a operação deflagrada nesta terça-feira, Castro argumentou que ‘desta vez’ não solicitou nenhum apoio, porque já houve três negativas de ajuda ao Estado, neste sentido. “Nós já tivemos três negativas. Nós já entendemos que a política é de não ceder. Falam que tem que ter GLO (Garantia da Lei da Ordem), que tem que ter isso, que tem que ter aquilo, que podiam emprestar o blindado e depois não podiam mais emprestar porque o servidor que opera o blindado é um servidor federal. O presidente (Lula) já falou que ele é contra GLO. A gente entendeu que a realidade é essa e a gente não vai ficar chorando pelos cantos”, complementou Castro.

Em sintonia com o governador, o secretário da Segurança Pública do Rio, Victor Santos, disse, em entrevista à TV Globo, que o Estado não tem condições de enfrentar sozinho o crime organizado. Ele ainda afirmou que o governo solicitou ajuda federal em uma operação anterior contra o Comando Vermelho (CV), mas teve o pedido negado.

Segundo o governo, o CV lançou bombas por meio de drones em retaliação. “São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Casas construídas de forma irregular, becos que é impossível fazer o patrulhamento. Isso causa risco maior à população e obviamente aos policiais. Esses criminosos dominaram essa região. Hoje, por exemplo, utilizaram drones lançando artefatos explosivos contra os policiais e a população. Essa é a realidade, esse Estado de Guerra que a gente vive no Rio de Janeiro”, disse Victor Santos.

“Sozinho ninguém consegue fazer nada. São quase 1900 favelas no Rio de Janeiro. Nós somos o quarto menor Estado, mas o terceiro mais populoso. 600 fuzis apreendidos na mão de criminosos. É um diagnóstico muito ruim do Rio de Janeiro. E o Estado vem fazendo esse papel de combate sozinho há anos. É importante, sim, que o Estado, a prefeitura e a União sentem à mesa, sem ideologia”, completou o secretário.

A ação de hoje conta também com o apoio de promotores do Ministério Público Estadual e foi deflagrada a partir de mais de um ano de investigação e mandados de busca e apreensão e de prisão obtidos pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

Policiais militares do Comando de Operações Especiais e das unidades operacionais da PM da capital e região metropolitana participam das ações. De acordo com a Polícia Civil do Rio, a Operação Contenção visa capturar lideranças criminosas do Rio e de outros Estados e combater a expansão territorial do Comando Vermelho e conta com tecnologia avançada, incluindo drones, dois helicópteros, 32 blindados terrestres, 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM e ambulâncias para resgate.

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