PR Newswire Internacional
21/05/2020 13:42

Como os investidores devem se comportar na crise?


Como os investidores devem se comportar na crise?

A incerteza é mola propulsora de comportamentos irresponsáveis, cabe ao investidor procurar auxílio e manter a calma

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SÃO PAULO, 21 de maio de 2020 /PRNewswire/ -- Ninguém esperava mas ela veio e se instaurou. A crise do coronavírus abalou de forma inesperada a dinâmica da economia internacional, os principais centros financeiros receberam um duro golpe em seus mais diversos mercados refletindo nos países periféricos e ? principalmente ? nas populações. Algumas consequências para o mercado financeiro são palpáveis mas a previsão futura ainda é nebulosa causando uma onda de incerteza e nem os maiores experts do mercado tem uma resposta clara para dar pois sem uma perpectiva clara da duração desse episódio não há como ter precisão em previsões dos movimentos do mercado.


Ao mesmo tempo, as crises não são algo novo e exemplos de comportamentos em outros momentos de incerteza servem de exemplo para conseguir suportar esse momento e entender que é passageiro.


O empresário Edson Hydalgo Jr, fundador da Intrader DTVM, explica que com o prolongamento da crise o brasileiro vai sentir um pouco de perda, nem que seja na suspensão de negociações em andamento, acentuadas pelas características da economia nacional. "O Brasil é um país que carece de indústria exportadora e é mais voltado para a prestação de serviço. Com a persistência do comércio fechado, as pessoas ficando confinadas em casa, a economia vai sentir mais", analisa. Sobre as consequências que a crise pode gerar, conta que a incerteza impede um planejamento preciso. "Nenhum economista vai conseguir avaliar agora porque não sabemos o desfecho, quanto tempo vai durar. Não sabemos quanto tempo o prestador de serviço aguenta sem prestar o seu serviço, se tem fluxo de caixa, quais os custos envolvidos, entre outras questões. Só sabemos que é um momento passageiro e é necessário manter a cautela", pontua.


O mercado financeiro sofre com a falta de perspectiva futura. De tal forma que a oscilação dos preços das ações aumenta, a maior volatilidade das ações é inerente aos momentos de incerteza pois se perde um padrão para analisar os principais indicadores da economia como inflação e o juros. Tendências anteriores à crise, como a alta da demanda por juros baixo, também ficam em suspenso. A carteira de ativos de fundos de investimento muitas vezes perde equilíbrio.


O investidor sofre com a oscilação pois anos de valorização de um ativo podem ser perdidos em um período muito curto de tempo. Aquele que busca um retorno a curto prazo é quem mais sofre pois muitas vezes acaba por assumir a perda ao invés de esperar. Por mais que volatilidade possa gerar um alto ganho, o momento de crise infelizmente tem gerado mais perdas. No entanto, o conhecimento histórico ajuda a manter a postura pois o inesperado acontece com certos intervalos ao longo do tempo, ter uma carteira diversificada auxilia na amenização das perdas.


Persiste a dúvida de como agir. De acordo com Jr Hydalgo, o momento não é de movimentos bruscos. "Estamos mantendo a cautela, é crucial analisar os fatos com calma e não se precipitar. Acreditamos que isso vai passar, só não conseguimos projetar quanto tempo, mas se formos olhar a precificação do mercado de ações do índice Bovespa corrigido desde 2008 ? quando tivemos a crise do Subprime ? para hoje é em torno de 135 mil pontos e acreditamos que o mercado vai voltar a buscar esse índice. A curva futura de juros também estressou mas tende a descer quando o coronavírus começar a estabilizar. Além disso, o câmbio que teve um momento de pico de saída de capital, ao estabilizar pode ter um retorno desse capital. Não sabemos o timming mas previsão é essa", explica.


A crise já é uma realidade e exemplos históricos auxiliam a guiar os mais incomodados que visam uma ação, ainda mais quando vão se formando contornos mais dramáticos. Porém, no caso de 2008 por exemplo, quem manteve seus investimentos viu um ganho maior a longo prazo, é difícil ver sua ação desvalorizando, porém vale ressaltar que tirar o investimento durante a queda é assumir a perda ? assim se deve ter muito cuidado com o raciocínio a curto prazo. Um outro fator que pode servir de alento aos que vivem um momento de agonia é que os pacotes dos governos de todo o mundo devem ainda ter o efeito de amenizar muitos dos problemas.


Ainda segundo Jr Hydalgo, a cautela vem aliada ao conhecimento de mercado que inviabiliza a crença em respostas fáceis ? as quais o investidor deve manter a desconfiança. "O mercado financeiro em si, seja mercado de renda variável ou mercado de juros e câmbio, precificam antecipadamente esses movimentos. O mercado estressou no juros e no câmbio e derreteu a bolsa, o mercado procura um nível de suporte e acomodação, pelo que tem de divulgação referente ao vírus ? uma possível vacina ou não ? e também a divulgação de outro país como a Itália, então se estima os efeitos aqui no Brasil", analisa.


O mercado vai premiar quem manter uma postura consciente e conseguir pensar a longo prazo. Exemplos de outras crises no decorrer da história apontam que, como diz o ditado popular, realmente depois da tempestade vem a calmaria. Manter a cautela não é uma tarefa simples, principalmente após um momento otimista da economia, porém a crise está aí e para os investidores é momento de manter a cabeça no lugar.


FONTE Edson Hydalgo Junior

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