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27/07/2020 10:13

Da Conferência Internacional da Associação de Alzheimer: vacinas contra gripe e pneumonia associadas a menor risco de demência derivada da Alzheimer


Da Conferência Internacional da Associação de Alzheimer: vacinas contra gripe e pneumonia associadas a menor risco de demência derivada da Alzheimer

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CHICAGO, 27 de julho de 2020 /PRNewswire/ -- Vacinas contra a gripe (influenza) e pneumonia estão associadas à redução do risco da doença de Alzheimer, de acordo com nova pesquisa divulgada na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC® ? Alzheimer's Association International Conference®) de 2020.


Três estudos de pesquisas divulgados na AAIC 2020 sugerem:

  • Pelo menos uma vacina contra a gripe foi associada a uma redução de 17% na incidência de Alzheimer. Vacinações contra a gripe mais frequentes foram associadas a outra redução de 13% na incidência de Alzheimer.
  • A vacina contra a pneumonia, na faixa etária de 65 a 75 anos, reduziu o risco de Alzheimer em até 40%, dependendo de genes individuais.
  • Indivíduos com demência correm um risco maior de morrer (seis vezes) após infecções do que aqueles sem demência (três vezes).

"Com a pandemia de COVID-19, as vacinas estão na vanguarda das discussões de saúde pública. É importante explorar seus benefícios para a proteção contra infecções virais ou bacterianas e ainda para a melhoria da saúde a longo prazo", disse a diretora-científica da Associação de Alzheimer, Maria C. Carrillo, Ph.D.


"Isso pode se mostrar tão simples como cuidar de sua saúde dessa maneira. Ao ser vacinado, você também está se cuidando de outras maneiras e essas coisas se somam para reduzir o risco de Alzheimer e outras demências", disse Maria Carrillo. "Essa pesquisa, embora prematura, preconiza que mais pesquisas, através de estudos clínicos maiores, mais diversificados, devem ser feitas, para esclarecer se as vacinações, como estratégia de saúde pública, reduzem o risco de desenvolver demência conforme envelhecemos".


Vacina periódica contra a gripe pode reduzir incidência da demência derivada da Alzheimer
Pesquisa anterior sugeriu que vacinas podem ser um fator protetivo contra o declínio cognitivo, mas não existem estudos extensos, abrangentes, focados na vacina contra a gripe (influenza) e no risco da doença de Alzheimer, especificamente. Para lidar com essa lacuna, Albert Amran, estudante de medicina da Escola de Medicina McGovern do Centro de Saúde e Ciência da Universidade do Texas, e equipe pesquisaram um amplo conjunto de dados de registros de saúde dos americanos (n=9.066).


Amran e equipe descobriram que uma vacina contra a gripe estava associada a menor prevalência da Alzheimer (coeficiente de probabilidade de 0,83, p<0,0001) e que entre os pacientes vacinados, que foram vacinados contra a gripe mais frequentemente, havia uma associação com prevalência ainda menor de risco de Alzheimer (coeficiente de probabilidade de 0,87, p=0,0342). Portanto, pessoas que foram consistentemente vacinadas contra a gripe anualmente tinham um risco menor de contrair a Alzheimer. Isso se traduziu em quase 6% de redução de risco de doença de Alzheimer para pacientes na faixa etária de 75 a 84 anos, por 16 anos.


Os pesquisadores descobriram que a associação protetiva entre a vacina contra a gripe e o risco de doença de Alzheimer era mais forte entre aqueles que foram vacinados pela primeira vez com menor idade. Por exemplo, as pessoas que foram vacinadas contra a gripe, comprovadamente, quando tinham 60 anos de idade foram mais beneficiadas do que aquelas que foram vacinadas pela primeira vez já aos 70 anos.


"Nosso estudo sugere que o uso regular de uma intervenção muito acessível e relativamente barata, a vacina contra a gripe, pode reduzir significativamente o risco de demência derivada da Alzheimer", disse Amran. "É necessário fazer mais pesquisas para explorar o mecanismo biológico para esse efeito ? por que e como ele funciona no corpo ? o que é importante, à medida que exploramos terapias preventivas eficazes para a Alzheimer".


Vacina contra pneumonia pode reduzir o risco de Alzheimer mais tarde na vida
A adaptação das vacinas existentes pode ser uma abordagem promissora para a prevenção da doença de Alzheimer. A professora adjunta de Pesquisa da Unidade de Biodemografia da Pesquisa do Envelhecimento (BARU ? Biodemography of Aging Research Unit) do Instituto de Pesquisa de Ciência Social da Universidade Duke, Svetlana Ukraintseva, Ph.D., e equipe investigaram associações entre a vacina pneumocócica, com ou sem a vacina contra a gripe periódica paralelamente, e o risco de doença de Alzheimer em 5.146 participantes com mais de 65 anos, dentro do Estudo da Saúde Cardiovascular. A equipe também levou em conta um fator de risco genético conhecido da Alzheimer ? o alelo G rs2075650 no gene TOMM40.


Os pesquisadores descobriram que a vacinação pneumocócica na faixa etária de 65 a 75 anos reduziu o risco de desenvolvimento da Alzheimer de 25% a 35%, após ajustes relativos a sexo, raça, coorte de nascimento, educação, fumo e número de alelos G. A maior redução no risco de Alzheimer (de até 40%) foi observado entre pessoas vacinadas contra pneumonia, que não eram portadoras do gene de risco. O número total de vacinações contra pneumonia e gripe na faixa de 65 a 75 anos também foi associado com menor risco de Alzheimer. No entanto, o efeito não foi evidente em casos de vacina contra a gripe apenas.


"A vacina contra pneumonia antes dos 75 anos de idade pode reduzir o risco de Alzheimer mais tarde na vida, dependendo do genótipo individual", disse Svetlana Ukraintseva. "Esses dados sugerem que a vacina pneumocócica pode ser uma candidata promissora para a prevenção personalizada da Alzheimer, particularmente em não portadores de certos genes de risco".


Infecções aumentam substancialmente a mortalidade entre pessoas com demência
As pessoas que convivem com a demência experimentam, comumente, outros problemas de saúde, incluindo infecções virais, bacterianas e outras. Há uma tendência crescente na pesquisa de investigar se as infecções podem agravar, tornar mais letais ou possivelmente causar a demência.


Janet Janbek, estudante de doutorado no Centro Dinamarquês de Pesquisa da Demência Rigshospitalet e da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e equipe usaram dados de registros nacionais de saúde para investigar o índice de mortalidade entre residentes dinamarqueses com mais de 65 anos (n=1.496.436), que foram ao hospital para tratar uma infecção. Eles descobriram que pessoas com demência e hospitalizadas morreram a uma taxa 6,5 vezes maior, em comparação com aquelas sem qualquer dos dois casos. Os participantes do estudo só com demência ou só hospitalizadas para tratar uma infecção tiveram uma taxa três vezes mais alta. A taxa de mortalidade foi maior nos primeiros 30 dias após a hospitalização.


Os pesquisadores também descobriram que, para as pessoas que convivem com demência, as taxas de mortalidade permaneceram elevadas por 10 anos, após a ida inicial ao hospital para tratar uma infecção, e as taxas de mortalidade relacionadas a todas as infecções (de infecções mais graves como a sépsis a infecções menores como a de ouvido) eram maiores, em comparação com pessoas sem demência ou sem idas ao hospital para tratar uma infecção.


"Nosso estudo dá suporte à necessidade de pesquisar essas relações ainda mais, para descobrir por que as infecções estão ligadas a maiores taxas de mortalidade entre pessoas com demência, especificamente que fatores de risco e mecanismos biológicos estão envolvidos. Isso irá ajudar a promover nosso entendimento sobre o papel das infecções em casos de demência", disse Janet Janbek.


"Nosso estudo sugere que o sistema de tratamento de saúde ? bem como parentes de pessoas com demência ? devem ser mais conscientizados sobre o caso de pessoas com demência que contraem infecções, de forma que elas possam receber o tratamento médico necessário. As pessoas com demência requerem tratamento mais especializado, mesmo quando a hospitalização não está diretamente ligada à demência, mas ao que parece ser uma infecção não relacionada", acrescentou Janet Janbek.


Sobre a Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC)
A Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC ? Alzheimer's Association International Conference) é a maior congregação de pesquisadores do mundo, que se foca na Alzheimer e outras demências. Como parte do programa de pesquisa da Associação, a AAIC serve como uma catalisadora para a produção de novos conhecimentos sobre a demência e para o fomento de uma comunidade de pesquisa vital colegiada.


Sobre a Associação da Alzheimer
A Associação da Alzheimer (Alzheimer's Association) é uma organização voluntária de saúde mundial, dedicada ao tratamento, suporte e pesquisa da Alzheimer. Sua missão é exercer a liderança no combate à Alzheimer e outras demências, acelerando a pesquisa global, promovendo a redução do risco e a detecção precoce e maximizando o tratamento e o suporte de qualidade. Visite alz.org ou telefone para 800.272.3900.


Albert Amran, et al. A vacina contra a gripe está associada à redução da incidência da doença de Alzheimer [Fundador(es): Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (U.S. National Institutes of Health), Cátedra de Família Christopher Sarofim, prêmio CPRIT RR180012, UT Stars].

  • Svetlana Ukraintseva, PhD, et al. Adaptação das vacinas existentes para prevenção personalizada da doença de Alzheimer: vacina contra a pneumonia pode reduzir o risco de DA dependendo do genótipo (Financiado pelo Instituto do Envelhecimento dos EUA).
  • Janet Janbek, MSc, et al. Maior mortalidade de curto e longo prazo após infecções em demência: um estudo prospectivo de coorte baseada em registro de âmbito nacional (Fundador(es): )

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FONTE Alzheimer's Association

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