Por Gabriel Caldeira
São Paulo, 09/12/2019 - Os resultados da pesquisa Datafolha divulgados ontem, 8, interromperam o aumento das taxas de reprovação do governo Bolsonaro, que haviam chegado a 38% em agosto, agora em 36%. Segundo o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marco Antonio Carvalho Teixeira, isso deve significar uma mudança de postura do governo em 2020, ano marcado por eleições municipais.
"Considerando o ano eleitoral, é improvável que o governo force as reformas no ano que vem", disse Teixeira, mas pode levar a uma mudança de postura do mandatário, a fim de tentar a sua avaliação em patamares positivos. Segundo ele, a possibilidade de participação da Aliança pelo Brasil, partido que Jair Bolsonaro pretende criar, também pode influenciar a atitude do governo, uma vez que a popularidade do presidente "é crucial" para o sucesso da legenda nas eleições municipais.
Entre os fatores que contribuíram para a queda na reprovação do mandatário na pesquisa, o professor destacou a liberação do saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Teixeira ainda ponderou que a queda na taxa de reprovação foi apenas de 2%. "Não dá pra dizer que baixou [a taxa de reprovação], pois ainda está dentro da margem de erro. Não é um dado relevante", avaliou.
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