Política
10/10/2018 18:23

Para juiz, prisão de Perillo evita recebimento de eventual saldo de propina


Brasília, 10/10/2018 - Ao decretar a prisão preventiva do ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), o juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara Federal Criminal, em Goiânia, afirmou que a medida é necessária para prevenir o envolvimento do tucano em outros atos de recebimento de valores e de eventual saldo de propina. A prisão é um desdobramento da Operação Cash Delivery.

Perillo foi preso ao chegar na superintendência da PF, em Goiânia, para prestar depoimento sobre as acusações de delatores da Odebrecht Fernando Reis e Alexandre Barradas. Em suas delações, eles citaram repasses de R$ 10 milhões a Perillo - R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8 milhões em 2014.

"Observada a quantidade de propina descrita na representação policial, associada à apreensão ocorrida na fase ostensiva da operação (mais de R$ 1 milhão), somada à extensão temporal em que se desenvolveram as práticas delitivas, torna imprescindível a decretação da custódia cautelar com amparo na garantia da ordem pública", diz trecho da decisão de Slomp.

A informação sobre a prisão foi confirmada pela assessoria de Perillo e pelo seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. De acordo com o advogado, "não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento."

No pedido de prisão de Perillo, o MPF afirma que Perillo "montou e mantêm" uma sofisticada "rede de lavagem de dinheiro, formada por empresas parceiras para ocultar a origem da propina recebida, não só da Odebrecht".

Os valores movimentados pelo grupo, diz o MPF, seriam utilizados para "comprar o apoio político de 66 candidatos aliados, na forma de financiamento fraudulentamente dissimulado como oficial de suas respectivas campanhas eleitorais". (Fabio Serapião)
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