Rio, 12/03/2019 - Em meio à investigação sobre os suspeitos de matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, a Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu nesta terça-feira (12) o maior arsenal de fuzis já encontrado no Estado. Foram localizadas 117 armas modelo M-16, desmontadas, que estavam na casa de Alexandre Motta Souza, amigo do policial militar Ronnie Lessa, denunciado como autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson.
As peças, sem os canos, estavam em caixas fechadas. Cada fuzil desse modelo, completo, vale cerca de R$ 30 mil. O arsenal, se estivesse com os canos, valeria R$ 3,5 milhões. Na casa também foram encontradas 500 munições, três silenciadores e R$ 112 mil em dinheiro.
Souza afirmou à polícia que é amigo de Lessa desde a infância. Disse que o PM aposentado pediu que guardasse as caixas, sem dizer qual era o conteúdo delas. Ele foi preso por suspeita de tráfico de armas.
A apreensão foi realizada pela Delegacia de Homicídios do Rio e fez parte da Operação Lume. A ação prendeu dois acusados do duplo homicídio (de Lessa e Elcio Queiroz, este denunciado como motorista do veículo de onde o ex-policial atirou contra Marielle e seu motorista). Também cumpriu 34 ordens de busca e apreensão, resultado da investigação que apura a morte da vereadora e de seu motorista.
Até esta terça-feira, a maior apreensão de fuzis realizada pela polícia do Rio era de 60 unidades, encontradas no aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador (zona norte do Rio). Eles tinham sido enviados de Miami para o Rio escondidos em caixas com aquecedores para piscinas. O carioca Frederik Barbieri foi preso em Miami, em fevereiro de 2018, acusado pela polícia brasileira de ser o responsável pelo tráfico dessas armas. (Fábio Grellet)
