Rio, 14/08/2018 - Completados cinco meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), nesta terça-feira, 14, a Anistia Internacional manifestou sua preocupação à Secretaria de Segurança do Rio de que o período eleitoral possa atrapalhar as investigações. O crime teve motivação política e está longe de uma elucidação.
A ONG diz, em ofício ao secretário Richard Nunes e outras autoridades, divulgado à imprensa, que os trabalhos da polícia não podem ser "negligenciados" por conta do período eleitoral.
Defensora dos direitos humanos, a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes, foram executados no dia 14 de março, no bairro do Estácio, região central. A Delegacia de homicídios investiga o caso e ainda não chegou aos mandantes, executores nem motivação.
A Anistia lembra que se trata da quinta vereadora mais votada da cidade nas eleições de 2016 e de um caso de repercussão mundial.
Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional, reafirmou "a urgência do estabelecimento de um mecanismo externo e independente de monitoramento das investigações, formado por especialistas no tema e que não tenham qualquer conflito de interesses em relação ao caso". Há a suspeita da participação de políticos e policiais.
O ofício foi enviado às seguintes autoridades: o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa; o secretário Richard Nunes; o interventor federal, Walter Souza Braga Netto; o procurador geral do Ministério Público, José Eduardo Ciotola Gussem; a procuradora federal dos Direitos do Cidadão Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira; o ministro da Justiça, Torquato Jardim. (Roberta Pennafort)