Política
20/07/2017 22:20

Lula: a gente não tem que se preocupar comigo mas com o que acontece com o povo brasileiro


São Paulo, 20/07/2017 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva repetiu nesta quinta-feira o discurso de que não é sua candidatura que está em jogo, mas o futuro do País. No que disse ser o primeiro de muitos outros atos até a conquista de eleições diretas, o petista defendeu também ser preciso recuperar a credibilidade do país, que passa por um momento de baixa estima e de falta de confiança nas instituições.

"A gente tem que se preocupar não com o que está acontecendo comigo, mas com o que acontece com o País, com o povo brasileiro", disse o ex-presidente durante o ato desta noite na Avenida Paulista, em São Paulo. "O problema deste País não é o Lula, é o golpe que deram, é o presidente que colocaram no lugar da Dilma".

Para Lula, o momento político brasileiro deu abertura a algumas derrotas como a reforma trabalhista aprovada pelo governo de Michel Temer, que significaria uma vitória das elites. Em seguida, ele contou que, no início de seu governo os sindicatos e as empresas para discutir como modernizar a lei trabalhista, mas isso nunca saiu do papel.

"Os trabalhadores sempre estiveram dispostos a aperfeiçoar. Quem nunca quis eram os empresários representados pela Fiesp porque eles queriam rasgar a CLT", criticou. "O trabalhador desse país não nasceu só para trabalhar, quer ter o direito de se aposentar, de ter uma vida decente", acrescentou.

Para o ex-presidente, o que move algumas pessoas é o incômodo com a possibilidade de ascensão social dos mais pobres. "Não sei por que eles não aceitam que um filho de pedreiro possa virar engenheiro ou arquiteto. A elite desse país nunca gostou que pobre tivesse direito de estudar", criticou.

Credibilidade
Lula defendeu que o país só será consertado quando eleger um governo com credibilidade. "Sabemos que o presidente da República não apita mais nada, que o Judiciário não cumpre mais o dever de proteger a Constituição, que a Câmara e o Senado estão desacreditados", declarou.

"Temos que lutar para ter um país grande e respeitado. Este país só tem um jeito, eleger o presidente por eleição direta com coragem de olhar para o povo e falar com ele", afirmou. Para ele, se Temer tivesse "um mínimo de compromisso com o povo", ele renunciaria e apresentaria uma emenda para a realização de eleições diretas. (Marcelo Osakabe)
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