São Paulo, 20/10/2017 - Em entrevista coletiva concedida há pouco, para detalhar a nova fase da Operação Lava Jato deflagrada hoje, que prendeu o ex-gerente executivo da área Internacional da Petrobras Luis Carlos Moreira, a força-tarefa em Curitiba fez um apelo à nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para que não exclua a participação da Polícia Federal nos acordos de colaboração. "Clamamos que Raquel Dodge reveja a exclusão delegados da PF das colaborações. A exclusão da PF dos acordos de colaboração vai favorecer apenas o crime organizado", pediram os representantes da força-tarefa em Curitiba. Para eles, a cooperação entre instituições é fundamental para o sucesso da operação e foi o fator preponderante para que a Lava Jato se desenvolvesse.
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal, no mês passado, a PF alertou que sua exclusão dos acordos de delação premiada poderia comprometer as investigações e expor os investigados a abusos. "Ousa a Polícia Federal afirmar que alijar a instituição do emprego de referida técnica de investigação desregula o sistema de freios e contrapesos necessários ao Estado Democrático de Direito, concentrando em um órgão não talhado para a atividade de investigar um meio de obtenção de prova que exige técnica", disse a PF na ocasião.
Para a PF, a atividade de investigação e a atividade de Polícia Judiciária da União cabem à Polícia Federal; o controle externo e o exercício da ação penal cabem ao Ministério Público; e a aplicação da lei ao caso concreto cabe única e exclusivamente ao Poder Judiciário. (Elizabeth Lopes - elizabeth.lopes@estadao.com)
