Por Eduardo Gayer
Brasília, 01/07/2022 - O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) rompeu o silêncio do governo federal e criticou apenas hoje Pedro Guimarães, que deixou a presidência da Caixa na quarta-feira após denúncias de assédios sexual e moral sistemáticos contra funcionários do banco. O presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorou as denúncias até o momento, assim como o ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Em termos operacionais, o trabalho do Pedro foi muito bom, e a Caixa avançou bastante ao longo desses anos, mas, lamentavelmente, falhou nessa parte moral. E falhou feio", declarou o vice-presidente a jornalistas no Palácio do Planalto. "Qualquer tipo de assédio que é feito por superior sobre um subordinado é uma das piores coisas que pode acontecer. Isso não concordo em hipótese alguma", acrescentou.
Pedro Guimarães é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) pela prática de assédio e deixou a Caixa a pedido um dia após o escândalo vir à tona. Ou seja, não foi demitido por Bolsonaro, que nomeou para a presidência do banco Daniella Marques, agora ex-secretária de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia.
PEC
Aos jornalistas, Mourão também minimizou o teor eleitoral da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada ontem no Senado para turbinar os benefícios sociais a menos de 100 dias do primeiro turno. "Tudo o que fosse aprovado no sentido de mitigar essa situação seria considerado eleitoreiro, mas vamos lembrar que a própria oposição votou junto", destacou o general, pré-candidato a senador pelo Rio Grande do Sul.
O único senador a votar contra a PEC foi José Serra (PSDB-SP).
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