Brasília, 08/08/2018 - O assessor econômico da campanha de Henrique Meirelles (MDB), José Márcio Camargo, defendeu há pouco que o teto de gastos seja mantido e afirmou que o programa de governo do partido buscará aprofundar as reformas realizadas nos últimos dois anos.
“O teto de gastos é uma revolução no orçamento. Nesta semana surgiu a ideia de que não haverá dinheiro para Capes, e aí veio discussão do que é prioridade no orçamento. A razão do teto de gastos é que sociedade saiba prioridades que estão sendo definidas” afirmou, em debate promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (Abde).
Segundo ele, no entanto, o teto de gastos só é sustentável se a Reforma da Previdência for realizada. “Queremos aprovar a reforma que está no Congresso Nacional nos primeiros três meses de governo, ou até mesmo antes disso”, acrescentou.
Camargo defendeu a rediscussão e redução das renúncias fiscais. “Tem de tudo nas renúncias, coisas importantes e coisas não importantes. Não dá mais. É importante definir prioridades”, completou.
Para o economista, o orçamento precisa ser reformado para passar a ser impositivo, e não autorizativo. Ele também defendeu a simplificação do sistema tributário brasileiro.
“A ideia é manter a carga tributária e criar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) nacional. Vamos manter o Imposto de Renda, passando parte a tributação do lucro da pessoa jurídica para o dividendo pago às pessoas físicas”, adiantou.
Para o economista, o crescimento de longo prazo depende da retomada da produtividade na economia. “Sem crescimento da produtividade, só há voo de galinha. Para aumentar produtividade vamos investir na formação de capital humano e vamos usar os bancos de desenvolvimento para alavancar o investimento”, afirmou.
Camargo citou ainda um programa de policiamento ostensivo a partir de um fundo para a segurança pública que complementará os orçamentos de Estados e municípios. (Eduardo Rodrigues e Idiana Tomazelli - eduardor.ferreira@estadao.com e idiana.tomazelli@estadao.com)
