Política
07/09/2021 17:16

Discursos na Paulista têm ataques a Lula, Fiesp e STF


Por Bruno Ribeiro e Tulio Kruse

São Paulo, 07/09/2021 - Na Avenida Paulista, em São Paulo, manifestantes trazem faixas em português e em inglês em que pedem explicitamente que o presidente Jair Bolsonaro “acione as Forças Armadas” para garantir a “liberdade de expressão”, além de frases contra o “comunismo” e o Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes é chamado de “ditador de toga” e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de “ladrão”.

Diante do tamanho da multidão, todos os cinco carros de som mais próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) ficaram parados. Houve falas em defesa a Deus e à ditadura militar de 1964.

Pelo carro principal, passaram, antes do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, que fez um discurso com críticas à mídia e às pesquisas eleitorais. Disse que era impossível que “um homem que não consegue sair na rua”, em referência a Lula, esteja liderando as pesquisas enquanto Bolsonaro, com tamanho número de apoiadores, apareça em segundo.

O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi recebido com uma série de aplausos ao falar no carro de som. Fez um discurso em que apontou para o prédio da Fiesp, que fica a uma quadra de distância de onde está seu carro de som, e conclamou o público a chamar a instituição de traíra. Disse que, ali, "banqueiros" organizaram um manifesto contra o presidente. Ele falou por cerca de dois minutos.

O filho "03" do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também discursou e atacou o STF. Disse que não seria possível o traficante do PCC André do Rap estar solto enquanto aliados de seu grupo político terem sido presos.

Pouco antes das 15 horas, manifestantes romperam a grade de segurança e invadiram a área restrita destinada às pessoas que haviam passado pela revista de segurança. Os agentes de segurança tentaram segurar a barreira, mas não conseguiram impedir o volume de pessoas que passou a invadir o local. Com isso, a área cercada ficou lotada. Há ainda uma segunda barreira que protege o carro de som onde ministros e deputados discursaram.

Muitos dos manifestantes de verde e amarelo não usam máscaras de proteção contra o novo coronavírus. Eles cumprimentam e aplaudem os PMs de serviço na segurança do evento.

Ônibus com placas de outros municípios de São Paulo e de Estados como Minas Gerais e Paraná estão estacionados nas ruas ao redor da Paulista, que têm trânsito intenso. Enquanto se dirigiam ao local dos atos, carros enfeitados com a Bandeira Nacional faziam buzinaços.

Só é possível andar na Avenida Paulista até a rua Peixoto Gomide, a terceira quadra da via a partir da rua da Consolação. Dali em diante, há grande aglomeração e os presentes se amontoavam para tentar chegar perto do carro de som onde Bolsonaro falou, cercado por grades. Havia pessoas passando mal por causa do calor, socorridas por familiares e amigos.
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